Chegou a hora e o momento de te falar Portugal
Ainda estou do outro lado do Oceano, mas ouço notícias.
Foste um País brilhante, mesmo no fim da Europa plantado
¨Onde a Terra se acaba e o Mar começa¨...
E dessa posição brilhante, saíram os sonhos dos Navegadores.
Deste ao Mundo novos mundos
E no Renascimento, foste o Maior
Através dos Descobrimento
E do Lusíadas de Luís de Camões.
Sofreste e sempre venceste,
És um Vencedor!
Não tiveste uma continuação desse brilho flamante
Que envolveu os Oceanos escuros e perplexos
Com o Teu canto.
Não tiveste...
E hoje, depois de tantos Séculos de Glória
E de um Povo que sofreu,
Olhas o Teu destino discutido em Assembleias
Onde se grita sem convicção,
Sem senso, sem caminho e sem brilho.
Meu Amigo, onde estão as pessoas que te amam?
Maria Luísa Adães
“Portugal sem dúvida”
ResponderEliminarDestino triste o desta nação
Discutido em assembleias
Onde se grita sem convicção
País de esquemas e sinistras teias
Sem senso, caminho ou brilho
Esqueceste a quem te honrou
Tempos houve em que muito filho
Por ti partiu, navegou e lutou
Depois de tantos séculos de glória
E de um povo que por ti sofreu
Não sobraram os que te amam
Resta a teia de interesses atentatória
De qualquer que seja o interesse teu
Sobraram os que à tua custa mamam.
Ola Maria Luisa
ResponderEliminarAs pessoas julgo eu,so as que emigram(e mesmo estas,penso eu),pq teem de ser,ainda amam Portugal
E,u amo de coração e nao estou minimamente tentada a emigrar mesmo que o desemprego me bata a porta, em definitivo no verão, o problema esta nos governantes que nao se preocuparam com ele,(portugal)connosco(portugueses),deixaram nos dividas que temos de ser nos a pagar, eles e que nao amam Portugal,se amasse,cuidavam e nao foi o caso, quem ama, cuida, mesmo sendo os governantes,que estao la pagos para cuidar de quem votou neses, mas continua lindo e com sitios maravilhosos para mostrar e viva a nossa cultura,que agora esta focada em Guimarães,como capital da mesma
Logo,so por isso e muito mais vale a pena ca continuar
C estas de saude Maria Luisa,espero que em recuperação,sempre
Beijinhos....e ate ja...boa semana
Amigo
ResponderEliminarSeu poema em resposta ao que escrevi, me comoveu.
É esta a nossa herança e não vejo gente capaz de lhe dar a volta. Não vejo!
Mas tudo muda - eu sei!
Mas as mudanças levam muito anos a passar!
E ninguém pensa no País
e quando gritam pensam mais nos partidos e nas regras desses partidos.
è isso que de tão longe eu vejo.
Obrigada pelos lindos versos.
Abraço,
M.L.
Luadoceu
ResponderEliminarGrata fico por te encontrar!
Continuo no Brasil, mas ouço as notícias de
Portugal e leio jornais internacionais e sei que o panorama para 2012 é mau!
E vou escrevendo por aqui e tenho dois poetas
que escrevem aqui, em verso e em comentário.
Estou muito melhor, mas no regresso a Portugal continuo a tratar-me.
Aparece pelo Gooogle! Beijos para ti e para a menina e obrigada por te lembrares de mim.
No Sapo és tu e mais três amigos e chega!
Abraço, M. Luísa
Lindo e cheio de sentimento o que dizes,
ResponderEliminarnesta conversa com o teu País. Adorei!
MC
“Navio Europa”
ResponderEliminarO navio já deu à margem
A Europa ainda se aguenta
Estamos no ponto de viragem
Quando na Europa a água entra
Estando o barco a afundar
O comandante salta borda fora
Mesmo a tempo de se safar
No navio Europa já se implora
Todos imploram o perdão
Pelos pecados acumulados
Rombo no casco foi enorme
É um pesadelo ninguém dorme
Há bocados por todos os lados
No bote alguns se salvarão.
Prof Eta
“O trilho”
ResponderEliminarDe ontem já me esqueci
De amanhã não me lembro
Ao dia de hoje sobrevivi
Tomara já em Dezembro
E mais um ano passado
A pesar na minha conta
Será da vida um recado
Será da vida uma afronta
Sempre atento aos sinais
Muito atento a cada filho
Sempre olhando os demais
Caminhando se faz o trilho
Sempre em busca de ideias
Muita vida, muito sarilho.
Pois eu, que já tenho pouca
ResponderEliminarDessa mesma humana vida
Ensarilhada e tão louca,
Fica na mesma, envolvida...
Surgiu a brilhante ideia
De nos sujeitar à Junta!
Se a dignidade escasseia,
Em breve estará defunta!
Não sei onde devo ir
Ou se posso lá chegar,
Nem o que devo fazer
Sei que tenho de sair
Pr`a me tentar informar
[claro está, se alguém souber...]
Abraço grande, Poeta! Saio dentro de momentos para a consulta do centro de saúde e para saber como proceder perante essa "novidade" da junta médica... depois - amanhã? - lhe conto das novidades do aumento de quase 200% na "continha" da EDP... este país está a ficar surrealista!!!
Pobre Portugal nas mãos de tecnocratas pouco inteligentes e nada verdadeiros! Pobre povo que vai perdendo identidade e dignidade!
ResponderEliminarAbraço grande, amiga!
Agradeço,
ResponderEliminarM. Luísa
É tudo quanto tens a dizer sobre a minha conversa com Portugal?
ResponderEliminarAbraço e obrigada por tudo,
M. Luísa
Olá
ResponderEliminarTenho de conversar com Portugal, pois me parece que toda a gente o esqueceu!
Abraço,
M.L.
olá
ResponderEliminarpois, isto por aqui
é como se de claves em si....
desculpa só agora aparecer....
beijinhos
Beijinho Luisa.
ResponderEliminarNão, Maria Luísa, não era tudo. Era apenas o suficiente para te dar a entender que estava com poucos segundos para te responder pois tinha consulta marcada no ACES de Oeiras. Estou muito mais limitada, amiga e mal tenho tempo para escrever, eu mesma, acerca de seja o que for.
ResponderEliminarAchei lindíssima esta tua forma de te dirigires ao país, quase como quem se dirige a um filho doente... ou aprisionado.
Deixo-te um enorme abraço, esperando que possas estar um pouco melhor do que eu, em termos de saúde.
Olá meu querido Edu,
ResponderEliminarAssim que voltar a Portugal vou ao teu blogs!
Abraço e obrigada,
Maria Luísa
Jabei
ResponderEliminarTe escrevi no teu blogs como um lamento de quem não entende nada!
Que se passa amigo? O mundo ficou do avesso e as pessoas ficaram como o mundo?
Me diz!...
Abraço grande,
M.L.
Obrigada amiga, por me entenderes e sempre me aceitares! Ti amo (como diz a minha neta)
ResponderEliminarAbraço,
M. L.
será do frio e da crise
ResponderEliminartudo ao avesso como a maioria quis....
beijinhos e um grande dia pra ti
Amiga, as coisas vão ficar ainda mais complicadas... na próxima segunda feira tenho consulta no hospital e o mesmo no dia seguinte... não sei bem como vou fazer isto, mas vou tentar comparecer... tem de ser. Isto significa muitos dias sem qualquer tipo de acesso online... enfim, terei mesmo de ir a estas consultas.
ResponderEliminar"Ti Amo", como diz a tua netinha! :)
“Carnaval social”
ResponderEliminarExiste um fórum social
Quem diria, não se nota
Um ministro de Portugal
O do Audi era o da mota
Em Porto Alegre há clamores
Dizem a justiça anda mal
Já ribombam os tambores
Prepara-se o Carnaval
Para o tempo dos calores
Será a condizer a rainha
Socialmente nada a opor
Mas já surgiram rumores
Que mostrará a bundinha
Já não há qualquer pudor.
Prof Eta
“X Troika”
ResponderEliminarPara que haja quem mate
Tem que haver quem morra
Repicam os sinos a rebate
À espera que a gente corra
Já ninguém está para correr
Numa guerra que é insensata
Sabem que têm que morrer
Pois já chegou quem mata
De olhar vazio e profundo
Ordenaram a mortandade
Que foi alvo de negociação
Com os responsáveis da nação
Que ordenaram a austeridade
Passaporte para outro mundo.
Não estou, nem nunca estarei,
ResponderEliminarLá muito vocacionada
Para "rainha" ou pr`a "rei"
De governos de fachada...
Alguns estarão, quero crer,
Muito mais bem preparados
Pr`ó que possa acontecer
Nestes tempos mal parados...
Quanto a mim, bem consciente
Das minhas limitações,
Mantenho o perfil discreto
De quem não quer, nem consente,
Ver irmãos aos trambolhões
Num desgoverno completo...
Sei pouco do que se passa, mas me parece que tens de ir a uma junta para apresentar a tua doença.
ResponderEliminar´É isto que penso? Se é, ainda estamos pior do que eu pensava.
Somos notícia por todo o mundo!
Ontem tive outra recaída e recorri de novo aos medicamentos que trouxe de Portugal.
Como vou aguentar a viagem de volta?
Ti Amo,
M.L.
Nunca é tarde!para aparecer!
ResponderEliminarBeijo,
M.L.
Essa de¨ bundinha¨ me cheira ao Brasil.
ResponderEliminarMas que o assunto é muito mauu - É!
Abraço,
M.L.
Amigo
ResponderEliminarPara isso se criaram as Asembleias onde os destinos do povo são jogados....
E os dados estão lançados!
Abraço,
M.L.
Retifico ¨Assembleia¨!
ResponderEliminarM.L.
É isso, mas não responde a nada!
ResponderEliminarAbraço,
M.L.
ResponderEliminarsei que sabes que o mundo regride
e todas estas situações
descontrolam-se ao sabor do vento
para ser poético....
que as melhoras regressem ao teu dia a dia
beijinho e feliz fim de semana
Linda flor pa mim e o País onde as flores brotam e se transforma em árvores.
ResponderEliminarAbraço,
M.L.
Jocas
ResponderEliminarVerdade o que dizes, mas é triste, amigo e me custa a aceitar.
Mas as minhas melhoras
Estão em primeiro lugar.
M.L.
já duvido
ResponderEliminar
ResponderEliminarcuidado com as piranhas...
Olá, amiga! Finalmente cheguei do hospital... mas estou de gatas. Quase nem consigo por-me de pé e custa-me até estar sentada.
ResponderEliminarÉ exactamente assim, conforme muito bem percebeste. Só estou à espera de que saia a legislação por escrito - segundo me informaram - e, depois, terei de ir a uma junta médica. Mas a minha coluna também não está nada bem... esta médica de Oeiras, pediu-me vários rx de coluna, nova osteodensitometria e um electromiograma pois está convencida de estes espasmos nas mãos - fico com elas inimaginavelmente deformadas e, mais tarde, voltam ao lugar - são provocados por pequenas (?) lesões vertebrais... ainda não marquei estes exames... vou ver se o consigo fazer amanhã, por telefone, em casa de uma senhora amiga.
Que maçada teres tido essa recaída! Tenta uma consulta médica por aí, se não te sentires melhor dentro de poucos dias. Eu sei bem que é uma dor tremenda!
Tenho tudo numa confusão por causa destes dias que estive sem acesso... e estou tão cansada...
Um enorme abraço e que melhores muito, muito rapidamente!
“Ao som da orquestra”
ResponderEliminarOrquestra continua a tocar
No centro da bela Europa
Sente-se a água a entrar
Mas a orquestra toca e toca
Em redor já ninguém escuta
Ouvem-se gritos d’aflição
Há ratazanas em disputa
Por um lugar de afirmação
Quem pôde o colete vestiu
E um lugar no bote ocupou
Quem não morreu afogado
Viveu um pouco mais e sentiu
Que a gula não compensou
Pois acabou por morrer gelado.
“Sultanato”
ResponderEliminarVenham mais cinco
Resgates que eu pago já
Trabalharei com afinco
Não se preocupe o marajá
Não se preocupe o sultão
Nem as suas concubinas
Pagarei até ao ínfimo tostão
Para ele possuir as meninas
Para o palácio conservar
Alimentar os puro-sangue
Terão a nossa compreensão
Pequeno esforço dum milhão
Não é coisa muito grande
Para o sultanato preservar.
Prof Eta
Preservá-los... em conserva!
ResponderEliminarPara que nos servem vivos
Se, por eles, comermos erva
E nos sentirmos cativos?
E os marajás de Ocidente
- que tantos por cá existem... -
Vivendo à custa da gente
E dos pobres que conquistem,
Que falta nos fazem esses?
Nos contos de Sheerazade
São, decerto, ingrediente
Mas se, em verdade, pudesses
Dividir-lhes a vaidade
Pelos mais? Isso é urgente!
Se embarcar no salva-vidas
ResponderEliminarFor nossa última escolha,
Estão as coisas decididas
E quem gelar não se molha...
Bem tento fazer humor
Da metáfora deixada
Mas nada será pior
Do que morrer congelada...
Porém.. morrer sem lutar?
Sem tentar até ao fim,
Sem dar o tudo-por-tudo?
E se alguém puder escapar
No dorso de um manatim?
[com tritões já nem me iludo...]
Abraço grande, Poeta!
“Virose”
ResponderEliminarO ano acaba este ano
E o mês no fim do mês
Mundo acaba outra vez
Até já existe um plano
Faz-se mais uma cimeira
Decreta-se a calamidade
Por manifesta incapacidade
Doença afecta a terra inteira
Impõe-se depois o remédio
Para essa doença debelar
Incapacidade volta a atacar
Vírus já não sente o assédio
Prepara-se para nos minar
Quantos poderão escapar?
Prof Eta
“Mar de esperança”
ResponderEliminarEnquanto corre n’areia
Desabafa com o mar
Futuro melhor anseia
Espuma parece escutar
São pegadas d’esperança
Que se desenham no areal
E cedo veio a mudança
Parecia já tarde afinal
Alcança quem sabe esperar
Os tesouros desta vida
São momentos sem par
Que não vou poder explicar
Tens que fazer a corrida
Para os poderes alcançar.
É lindo, o mar que descreve
ResponderEliminarE a sua praia encantada
Que a onda, ao bater de leve,
Deixa de branco enfeitada...
Mas, pr`a mim, que já mal ando,
Fica de parte a corrida...
Apenas me vou esforçando
Pr`a não perder já a vida,
Pr`a cuidar dos meus "patudos"
Cada noite, cada dia,
Que, afinal, são uns sortudos
E à vida têm direito
Tal e qual como eu teria
Se não fosse este defeito...
Olá, Poeta! Hoje vim com a minha bicheza à flor da pele, pelos vistos... pelo menos deixei-lhos por cá... amanhã é dia de exames, não sei se consigo vir...
Abraço grande!
Estás sempre presente em mim e no meu sentir.
ResponderEliminarTe envio as melhoras e desejo o melhor para ti.
Beijo grande,
M.Luísa
“Sociedade call center”
ResponderEliminarNa sociedade formatada
O call center já te atende
Reclamação foi registada
Resolução essa depende
Vamos consultar manuais
Ligação está impedida
Já há indícios formais
Afinal tem direito à vida
A uma vida em sociedade
Doze andares acima do chão
Onde não conhece o vizinho
No centro da grande cidade
Call center emite a conclusão
Tem direito a morrer sozinho.
“Memorial além troika”
ResponderEliminarAusteridade além troika
É um desígnio nacional
Torna forte nação heróica
De seu nome Portugal
Os oito séculos d’história
Foram engolidos afinal
De tal feito não há memória
Erga-se então um memorial
Na base e como suporte
Um povo sempre esquecido
Apoiado numa justiça forte
Governo da maior confiança
Navegadores que temos sido
Naveguemos na alta finança.
Prof Eta
“Ideias sem ideias”
ResponderEliminarVou desistir da realidade
Já nada me prende aqui
Não por causa de insanidade
Mas tanto insano nunca vi
Serei o único que está mal
Todos parecem em sintonia
Sintonia demasiado racional
Que gera grande harmonia
Harmonia de ideias feitas
Ideias novas sem contestação
Ideias vazias em gestação
Ideias sem ideias são perfeitas
E mais se trazem apelo do cifrão
A esta realidade eu digo não.
Navegar n`alta finança?
ResponderEliminarPrefiro acabar com ela!
Conduz-nos, sempre, à matança
Ou, então, traz-nos à trela!
Com sentido ou sem sentido
Nós cá vamos poetando...
Mesmo mal compreendidos,
Escrevendo, vamos lutando!
Nem só jogos financeiros
Fazem de nós cidadãos
Dignos de ser portugueses
Nem nós queremos ser parceiros
Desses encómios malsãos
Que são próprios dos burgueses...
Até já, Poeta!
“Bloody mary”
ResponderEliminarA resposta adequada
Não são greves nem nada
Não virá de madrugada
Nem chegará disfarçada
Ela já está em marcha
P’ra fogueira não é acha
Nem sequer é vai ou racha
Não há manif nem faixa
Ela está a ser plantada
Em breve vai desabrochar
Queira ou não o poder
Não será uma intifada
Nem será para assustar
Como será não vou dizer.
Não digo porque não sei
ResponderEliminarComo é, exactamente,
Mas virá - não duvidei! -
Do que é agora semente!
Virá pois trará consigo
Tal força e tão forte abraço
Que não terá inimigo
Que lhe provoque cansaço...
Virá destas nossas mãos,
Destes nossos corações
Tão unidos quanto irmãos
É força que ninguém pára
Sobre os povos das nações
Como a luz da manhã clara...
Abraço grande, Poeta! Obrigada! :)
“O exemplo”
ResponderEliminarO exemplo donde parte
Vem de cima ou de baixo
Em cima está quem reparte
E onde fica logo o tacho
E é aqui que está a arte
De repartir que é antiga
Quem o faz não se farte
Encha dez vezes a barriga
Em baixo é dar o exemplo
De trabalhar para comer
E o tacho chega rapado
Eu cá de baixo contemplo
Mas não chego a perceber
Lá de cima o exemplo dado.
Prof Eta
“Darwinismo social”
ResponderEliminarHá muita gente sem nada
Existe uma solução apenas
Há muito que foi estudada
Aplicada outrora em Atenas
Dos fracos não rez’a história
Tão pouco dos pobrezinhos
Temos que apagar da memória
Todos estes desgraçadinhos
Na teoria da evolução social
Os mais fortes vão sobreviver
Isso permite-nos apurar a raça
Darwin era um tipo bestial
E pessoalmente estou em crer
Que do abismo não se passa.
É preciso desgastá-los
ResponderEliminarOu eles hão-de desgastar-nos
- como se faz aos cavalos -
Até nós os entalarmos...
Fraco é quem trai um irmão
Ou quem o deita a perder!
Haverá melhor razão
Pr`a desdenhar o "poder"?
De fortes não têm nada,
- a não ser os bolsos cheios
e as barriguinhas rotundas -
E a força da própria enxada
Os encherá de receios
E de olheiras muito fundas!
Mas de que exemplo falamos?
ResponderEliminarDesse exemplo "de fachada"
Que não queremos e a que vamos
Renegar dentro de um nada?
Ou de um exemplo de amor,
No partilhar consciente,
Por gentes de toda a cor,
De uma liberdade urgente?
Sei bem que fácil não é
- nunca o foi, nunca o será... -
Mas há que mudar de vez,
Derrubar, com toda a fé,
Um poder que nada dá
A quem nasceu português!
“Espelho da morte”
ResponderEliminarVida é o espelho da morte
Podes olhar-te e reflectir
Terás em vida melhor sorte
Ou tê-la-ás depois de partir?
Se em primeira classe viajas
Levas ouro, prata e brilhantes
Não importa como em vida ajas
Terás um lugar entre gigantes
Se foste um pobre coitado
Da classe dos indigentes
Atrás do prejuízo deves correr
Se foste um remediado
Então as coisas são diferentes
Tens de pagar antes de morrer.
Prof Eta
“Austeridades carnavalescas”
ResponderEliminarAcabou-se o carnaval
E eu até não acho mal
Não havia pão afinal
E tu como um mortal
Austeridade espiritual
Praticavas como ritual
Agora é comportamental
E a seguir conventual
Abrigas-te no convento
Sob a forma de oração
Dás voz ao teu lamento
O espírito não quer pão
Fica barato o sustento
Mais caro é ser folião.
Prof Eta
“Evolução animal”
ResponderEliminarSer humano é tal e qual
Seu antepassado animal
A diferença fundamental
É o dinheiro, fez-lhe mal
Já não trata seus filhos
Com o carinho fraternal
Paga p’ra não ter sarilhos
Uma educação excepcional
E desta forma educados
Seus filhos criam os netos
Perpetuam os predicados
Com que brindarão bisnetos
Por mim tenho afilhados
Só o animal esbanja afectos.
caramba, Poeta! Já tinha feito o meu sonetilho quando a net se foi abaixo... acho que não consigo repeti-lo... vai outro...
ResponderEliminarMais bem ou mais mal vestidos,
Com mascarilha ou sem ela
O que eles são é uns bandidos
De florzinha na lapela...
Não gosto do Carnaval
E, bem sabe, é-me indiferente
Mas pr`ó povo, no geral,
Vai doer a muita gente...
O que mais hão-de tirar
A quem quase nada tem
E só quer descontrair?
A luz do sol? respirar?
Querem-lhe a vida também?
[isso vem logo a seguir...]
Nem sequer é parecido com o outro, mas não deu para tentar reproduzir porque o outro "saiu" muito depressa...
Até já e um abraço grande! :)
Quando eu era pequenina,
ResponderEliminarAntes de saber escrever,
Aprendi que ser menina
Me obrigaria a crescer...
Aprendi coisas das plantas,
Das pedras, dos animais
Coisas belas, coisas tantas
Qu`inda quis aprender mais!
Uma coisa eu aprendi
Que jamais irei esquecer,
Que nunca será esquecida;
Desse muito que então li,
Dei prioridade ao SER
E o resto... é tudo VIDA!
É enquanto animal-humano que lhe respondo, Poeta. A vida é uma maravilha - mesmo quando é cruel - e eu sempre a respeitarei sob todas as suas formas. Vi os meus gatos serem pais adoptivos de crias que lhes não pertenciam biologicamente. Tive um cão que, sem ter sido ensinado, sabia tomar conta de crianças, evitar que fossem para a estrada, impedir que se aproximassem de estranhos, prever um tremor de terra e avisar de todas as formas possíveis - e impossíveis! - que eu deveria levar para a rua as duas filhas que tinha na altura... e, antes de rematar, ainda lhe explico como; foi buscar duas bonecas, uma de cada uma, trouxe-as à cozinha, pousou-as e puxou-me pelas calças até à cama de cada uma delas e, logo a seguir, levou-me à porta da rua que se pôs a arranhar com toda a força... perante tudo isto, Poeta, como poderia eu ser tão estúpida, tão ignorante que pudesse pensar que lhes era superior?
Para acabar esta estória - bem verdadeira, por incrível que pareça - quando eu, finalmente percebi que deveria pegar-lhes e levá-las para a rua, deu-se o tremor de terra. Não foi muito grande, mas o Ferrugem também não era nenhum sismógrafo... foi suficientemente forte para abrir uma rachadela no tecto da cozinha... mas ele tinha feito o que podia para me avisar do perigo. Nunca me cansarei de afirmar que os animais com que lido me têm dado importantíssimas lições de vida.
Lindo o que nos contas.
ResponderEliminarE eu gosto mais deles do que das pessoas!
Abraço,
M.Luísa
“A capoeira”
ResponderEliminarA vida não vão levá-la
Porque nos querem a ganir
À galinha vão depená-la
Nós ficamos p’ra contribuir
Pois que sem contribuição
Vão andar todos ao estalo
De pintos não passarão
Esses que cantam de galo
Não há rei na capoeira
Do nosso descontentamento
Poucos ficam com o tesouro
P’ra muitos sobra a poeira
São os que por um momento
Põem os ovos de ouro.
“Fraco rei”
ResponderEliminarPara que se construiu Abril
Estamos como em Janeiro
Só que agora há vozes mil
No covil quem é primeiro?
Instrução aos mais capazes
Lugar aos mais competentes
O trabalho com capatazes
E o poleiro p’rós dementes
Gritam-nos “vem aí o lobo”
E que a todos vai deglutir
Mas o pior está p’ra vir
Não será o estado novo
Será o que nos querem servir
Já não tem força este povo.
Eu convivo muito melhor com eles, mas também gosto muito das pessoas... mesmo daquelas que não sabem que também são animais ... mas tenho mais atritos com pessoas do que com eles, sabes?
ResponderEliminarComo vai a tua saúde, amiga? Agora tenho andado eu muito aflita da sacro-lombar.
Beijo grande!
Não tem força e, no entanto,
ResponderEliminarHá-de acordar, há-de erguer
A voz num imenso canto
Ao invés de se render!
Povo do meu Portugal,
Não deixes que assim te humilhem!
Desprezar-te é querer-te mal
E deixar que outros te pilhem!
Venham lobos! Antes lobos
Que bandidos disfarçados
De democratas-honestos,
Transformando homens em bobos,
Cidadãos em deportados,
O país, inteiro, em restos!
Olá, Poeta! :) Estou com aquele problema de estar aqui e no Rádio Horizontes... um pedacinho aqui e outro lá...
Abraço grande!
Maria Bethânia declama Fernando Pessoa e cantando O doce mistério da vida
ResponderEliminarhttp://www.youtube.com/watch?v=lG0Rn9SWK74&feature=related
Maria Bethania - Texto Ultimatum - Fernando Pessoa
ResponderEliminarhttp://www.youtube.com/watch?v=gl-UL6cm7Us