terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

O Discurso do Rei




      



Vi o filme antes de ser exibido no Brasil. Nos mostra o Rei Jorge VI que toda a vida

teve um problema na fala (gaguez), bastante acentuado e que só agora, veio ao

público, através do filme apresentado.



Trata-se do pai da Rainha Isabel II. Não sei se isso influenciou a nomeação para

tantos óscares e penso que os vai receber, pois se trata de mais um segredo,

da Família Real Inglesa a ser levado ao cinema pela primeira vez.



E a Família Real Inglesa é sempre notícia!



O filme está muito bem interpretado por Colin Firth  (Mr. Darcy no Orgulho e Preconceito,

de Jane Austen, levado pela BBC nos anos 8o - extraordinário de beleza).


Geoffrey Rush num excêntrico terapeuta que faz o Rei superar a gaguez e se tornar

no lider da Nação, depois do discurso ao povo, com uma voz calma e normal.


Apoiado por Winston Churchill e nos bastidores pelo terapeuta da fala, foi o Chefe na

Inglaterra, durante o terrível Holocausto que assolou o mundo inteiro.


O Holocausto matou 6 milhões de Judeus e outras raças consideradas inferiores 

e 53 milhões em toda a guerra.



Jorge VI, o Rei Gago, ( titulo no Brasil) junto com o amigo excêntrico terapeuta, nunca falhou nos discursos ao Povo.


Mas falamos da parte emotiva do filme, muito boa. Tantos óscares, não sei! Talvez todas estas

influências o tenham levado aos píncaros da montanha. 


Não esquecer que os Óscares no Cinema, como todos os Prémios  e tudo no mundo - é Politico!


Maria Luísa Adães



sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

VINICIUS DE MORAES

 
Vinicius De Moraes/Internet








                                                                           





Vinicius de Moraes foi o poeta da paixão!

Dele disse Carlos Drumond de Andrade:


Vinicius é o único poeta brasileiro que ousou viver sob o signo da paixão.


Nasce a 19 de Outubro de 1913 no Bairro da Gávea, Rio de Janeiro.

Vinicius é um poeta em paz com a sua cidade, o Rio.

Nele se encontra a percepção do lado obscuro do homem

e a coragem de enfrentar esse lado obscuro.


Parte dos temas fundamentais:

O mistério
A paixão
A morte !


Quando deixa a poesia para segundo plano e se torna num Show-Man,
se torna também, no único que teve a vida de poeta.



Escreve o primeiro livro em 1933  "O Caminho para a Distância"
que voltou a ser editado em 2008.

Livro marcado pela intensidade dos temas, dos sentimentos e da linguagem
escrito por um poeta - com apenas dezanove anos - surpreendeu o público
e a crítica com seus dramas místicos e existenciais.


A Editora Schwarcz Ltda _ São Paulo o torna a editar em 2008.

Eu, Maria Luísa, o encontrei no Rio, em Dezembro de 2010.


A carreira e obra de Vinicius lida por mim, a torna num esboço de um breve
retrato daquele que é um dos mais importantes nomes da cultura brasileira
de todos os tempos.


Muito haveria a dizer que não vou dizer, pois tantos a conhecem, mas este livro
talvez não seja assim tão conhecido por uma grande maioria,
mas é um livro admirável de um poeta que mantém o mesmo tom elevado, puro,
que só os verdadeiros poetas conseguem assim com essa continuidade e que só os Grandes,
os verdadeiros previligiados, logram superar por alguns instantes, para atingir mais alto ainda, para chegar
Aos seus momentos supremos, àquele em que dão a medida do seu talento.



Vinicius diz:


Fora de mim, fora de nós, no espaço, no vago
A música dolente de uma valsa

Em mim, profundamente em mim
A música dolente do teu corpo

E em tudo, vivendo o momento de todas as coisas
A música da noite iluminada.

O ritmo do teu corpo no meu corpo...
o giro suave da valsa longínqua, da valsa suspensa...
meu peito vivendo teu peito
meus olhos bebendo teus olhos, bebendo teu rosto...
E a vontade de chorar que vinha de todas as coisas!


Morre a 9 de Julho de 198o, em sua casa na Gávea, onde nasceu no Rio de Janeiro!

Pertence à segunda fase do Modernismo no Brasil - Futurismo em Portugal,
donde sai o maior poeta do século XX - Fernando Pessoa.

Eis o pouco que sei de Vinicius de Moraes para os poucos que me lêm.
Muito ficou por dizer! Esta é uma breve análise.



São Paulo_ Brasil, 4 de Fevereiro de 2011 


Maria Luísa Adães


Maria Luísa Adães



 Vou colocar um dos Seus poemas, a "Velhice" digno de ser integralmente reproduzido:





VELHICE - Poema:

Virá o dia em que eu hei de ser um velho experiente
olhando as coisas através de uma filosofia sensata
e lendo os clássicos com a afeição que a minha mocidade não permite.

Nesse dia Deus talvez tenha entrado definitivamente em meu espírito
ou talvez tenha saído definitivamente dele.
Então todos os meus atos serão encaminhados no sentido do túmulo

E todas as ideias autobiográficas da mocidade terão desaparecido.                                                                    
Ficará talvez somente a ideia do testamento bem escrito.
Serei um velho, não terei mocidade, nem sexo, nem vida.


Só terei uma experiência extraordinária.
Fecharei minha alma a todos e a tudo
Passará por mim muito longe o ruído da vida e do mundo
Só o ruído do coração doente me avisará de uns restos de vida em mim.


Nem o cigarro da mocidade restará.
Será um cigarro forte que satisfará os pulmões viciados
E que dará a tudo um ar saturado de velhice.

Não escreverei mais a lápis
E só usarei pergaminhos compridos.
Terei um casaco de alpaca que me fechará os olhos.

Serei um corpo sem mocidade, inútil vazio
Cheio de irritação para com a vida
Cheio de irritação para comigo mesmo.

O eterno velho que nada é, nada vale, nada vive
O velho cujo único valor é ser o cadáver de uma
Mocidade criadora.


Vinicius de Moraes


Publicado no Jornal do Brasil, Novembro de 1933

 Maria Luísa Adães

                                                                                        
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Fevereiro de 2011/ 

 Sor. Cecilia/ Monja de Los Predicadores/ Valencia/Espanha