domingo, 22 de janeiro de 2012

Portugal/ Carta





Chegou a hora e o momento de te falar Portugal
Ainda estou do outro lado do Oceano, mas ouço notícias.


Foste um País brilhante, mesmo no fim da Europa plantado
¨Onde a Terra se acaba e o Mar começa¨...
E dessa posição brilhante, saíram os sonhos dos Navegadores.

Deste ao Mundo novos mundos
E no Renascimento, foste o Maior

Através dos Descobrimento
E do Lusíadas de Luís de Camões.


Sofreste e sempre venceste,
És um Vencedor!


Não tiveste uma continuação desse brilho flamante
Que envolveu os Oceanos escuros e perplexos
Com o Teu canto. 
Não tiveste...


E hoje, depois de tantos Séculos de Glória
E de um Povo que sofreu,
Olhas o Teu destino discutido em Assembleias
Onde se grita sem convicção,
Sem senso, sem caminho e sem brilho. 


Meu Amigo, onde estão as pessoas que te amam?


Maria Luísa Adães

65 comentários:

  1. “Portugal sem dúvida”

    Destino triste o desta nação
    Discutido em assembleias
    Onde se grita sem convicção
    País de esquemas e sinistras teias

    Sem senso, caminho ou brilho
    Esqueceste a quem te honrou
    Tempos houve em que muito filho
    Por ti partiu, navegou e lutou

    Depois de tantos séculos de glória
    E de um povo que por ti sofreu
    Não sobraram os que te amam

    Resta a teia de interesses atentatória
    De qualquer que seja o interesse teu
    Sobraram os que à tua custa mamam.

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  2. Ola Maria Luisa
    As pessoas julgo eu,so as que emigram(e mesmo estas,penso eu),pq teem de ser,ainda amam Portugal
    E,u amo de coração e nao estou minimamente tentada a emigrar mesmo que o desemprego me bata a porta, em definitivo no verão, o problema esta nos governantes que nao se preocuparam com ele,(portugal)connosco(portugueses),deixaram nos dividas que temos de ser nos a pagar, eles e que nao amam Portugal,se amasse,cuidavam e nao foi o caso, quem ama, cuida, mesmo sendo os governantes,que estao la pagos para cuidar de quem votou neses, mas continua lindo e com sitios maravilhosos para mostrar e viva a nossa cultura,que agora esta focada em Guimarães,como capital da mesma
    Logo,so por isso e muito mais vale a pena ca continuar
    C estas de saude Maria Luisa,espero que em recuperação,sempre
    Beijinhos....e ate ja...boa semana

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  3. Amigo

    Seu poema em resposta ao que escrevi, me comoveu.

    É esta a nossa herança e não vejo gente capaz de lhe dar a volta. Não vejo!

    Mas tudo muda - eu sei!
    Mas as mudanças levam muito anos a passar!

    E ninguém pensa no País
    e quando gritam pensam mais nos partidos e nas regras desses partidos.

    è isso que de tão longe eu vejo.

    Obrigada pelos lindos versos.

    Abraço,

    M.L.

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  4. Luadoceu

    Grata fico por te encontrar!
    Continuo no Brasil, mas ouço as notícias de
    Portugal e leio jornais internacionais e sei que o panorama para 2012 é mau!

    E vou escrevendo por aqui e tenho dois poetas
    que escrevem aqui, em verso e em comentário.

    Estou muito melhor, mas no regresso a Portugal continuo a tratar-me.

    Aparece pelo Gooogle! Beijos para ti e para a menina e obrigada por te lembrares de mim.
    No Sapo és tu e mais três amigos e chega!

    Abraço, M. Luísa

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  5. Lindo e cheio de sentimento o que dizes,
    nesta conversa com o teu País. Adorei!

    MC

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  6. “Navio Europa”

    O navio já deu à margem
    A Europa ainda se aguenta
    Estamos no ponto de viragem
    Quando na Europa a água entra

    Estando o barco a afundar
    O comandante salta borda fora
    Mesmo a tempo de se safar
    No navio Europa já se implora

    Todos imploram o perdão
    Pelos pecados acumulados
    Rombo no casco foi enorme

    É um pesadelo ninguém dorme
    Há bocados por todos os lados
    No bote alguns se salvarão.

    Prof Eta

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  7. “O trilho”

    De ontem já me esqueci
    De amanhã não me lembro
    Ao dia de hoje sobrevivi
    Tomara já em Dezembro

    E mais um ano passado
    A pesar na minha conta
    Será da vida um recado
    Será da vida uma afronta

    Sempre atento aos sinais
    Muito atento a cada filho
    Sempre olhando os demais

    Caminhando se faz o trilho
    Sempre em busca de ideias
    Muita vida, muito sarilho.

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  8. Pois eu, que já tenho pouca
    Dessa mesma humana vida
    Ensarilhada e tão louca,
    Fica na mesma, envolvida...

    Surgiu a brilhante ideia
    De nos sujeitar à Junta!
    Se a dignidade escasseia,
    Em breve estará defunta!

    Não sei onde devo ir
    Ou se posso lá chegar,
    Nem o que devo fazer

    Sei que tenho de sair
    Pr`a me tentar informar
    [claro está, se alguém souber...]


    Abraço grande, Poeta! Saio dentro de momentos para a consulta do centro de saúde e para saber como proceder perante essa "novidade" da junta médica... depois - amanhã? - lhe conto das novidades do aumento de quase 200% na "continha" da EDP... este país está a ficar surrealista!!!

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  9. Pobre Portugal nas mãos de tecnocratas pouco inteligentes e nada verdadeiros! Pobre povo que vai perdendo identidade e dignidade!
    Abraço grande, amiga!

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  10. luisa_maldonado@sapo.pt24 de janeiro de 2012 às 06:44

    Agradeço,

    M. Luísa

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  11. É tudo quanto tens a dizer sobre a minha conversa com Portugal?

    Abraço e obrigada por tudo,

    M. Luísa

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  12. Olá

    Tenho de conversar com Portugal, pois me parece que toda a gente o esqueceu!

    Abraço,

    M.L.

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  13. olá

    pois, isto por aqui
    é como se de claves em si....


    desculpa só agora aparecer....

    beijinhos

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  14. Não, Maria Luísa, não era tudo. Era apenas o suficiente para te dar a entender que estava com poucos segundos para te responder pois tinha consulta marcada no ACES de Oeiras. Estou muito mais limitada, amiga e mal tenho tempo para escrever, eu mesma, acerca de seja o que for.
    Achei lindíssima esta tua forma de te dirigires ao país, quase como quem se dirige a um filho doente... ou aprisionado.
    Deixo-te um enorme abraço, esperando que possas estar um pouco melhor do que eu, em termos de saúde.

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  15. Olá meu querido Edu,

    Assim que voltar a Portugal vou ao teu blogs!

    Abraço e obrigada,

    Maria Luísa

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  16. Jabei

    Te escrevi no teu blogs como um lamento de quem não entende nada!

    Que se passa amigo? O mundo ficou do avesso e as pessoas ficaram como o mundo?

    Me diz!...

    Abraço grande,

    M.L.

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  17. Obrigada amiga, por me entenderes e sempre me aceitares! Ti amo (como diz a minha neta)

    Abraço,

    M. L.

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  18. será do frio e da crise
    tudo ao avesso como a maioria quis....


    beijinhos e um grande dia pra ti

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  19. Amiga, as coisas vão ficar ainda mais complicadas... na próxima segunda feira tenho consulta no hospital e o mesmo no dia seguinte... não sei bem como vou fazer isto, mas vou tentar comparecer... tem de ser. Isto significa muitos dias sem qualquer tipo de acesso online... enfim, terei mesmo de ir a estas consultas.
    "Ti Amo", como diz a tua netinha! :)

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  20. “Carnaval social”

    Existe um fórum social
    Quem diria, não se nota
    Um ministro de Portugal
    O do Audi era o da mota

    Em Porto Alegre há clamores
    Dizem a justiça anda mal
    Já ribombam os tambores
    Prepara-se o Carnaval

    Para o tempo dos calores
    Será a condizer a rainha
    Socialmente nada a opor

    Mas já surgiram rumores
    Que mostrará a bundinha
    Já não há qualquer pudor.

    Prof Eta

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  21. “X Troika”

    Para que haja quem mate
    Tem que haver quem morra
    Repicam os sinos a rebate
    À espera que a gente corra

    Já ninguém está para correr
    Numa guerra que é insensata
    Sabem que têm que morrer
    Pois já chegou quem mata

    De olhar vazio e profundo
    Ordenaram a mortandade
    Que foi alvo de negociação

    Com os responsáveis da nação
    Que ordenaram a austeridade
    Passaporte para outro mundo.

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  22. Não estou, nem nunca estarei,
    Lá muito vocacionada
    Para "rainha" ou pr`a "rei"
    De governos de fachada...

    Alguns estarão, quero crer,
    Muito mais bem preparados
    Pr`ó que possa acontecer
    Nestes tempos mal parados...

    Quanto a mim, bem consciente
    Das minhas limitações,
    Mantenho o perfil discreto

    De quem não quer, nem consente,
    Ver irmãos aos trambolhões
    Num desgoverno completo...


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  23. Sei pouco do que se passa, mas me parece que tens de ir a uma junta para apresentar a tua doença.

    ´É isto que penso? Se é, ainda estamos pior do que eu pensava.

    Somos notícia por todo o mundo!

    Ontem tive outra recaída e recorri de novo aos medicamentos que trouxe de Portugal.

    Como vou aguentar a viagem de volta?

    Ti Amo,

    M.L.

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  24. Essa de¨ bundinha¨ me cheira ao Brasil.

    Mas que o assunto é muito mauu - É!

    Abraço,

    M.L.

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  25. Amigo

    Para isso se criaram as Asembleias onde os destinos do povo são jogados....

    E os dados estão lançados!

    Abraço,

    M.L.

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  26. É isso, mas não responde a nada!

    Abraço,

    M.L.

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  27. sei que sabes que o mundo regride
    e todas estas situações
    descontrolam-se ao sabor do vento
    para ser poético....


    que as melhoras regressem ao teu dia a dia
    beijinho e feliz fim de semana

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  28. Linda flor pa mim e o País onde as flores brotam e se transforma em árvores.

    Abraço,

    M.L.

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  29. Jocas

    Verdade o que dizes, mas é triste, amigo e me custa a aceitar.

    Mas as minhas melhoras
    Estão em primeiro lugar.

    M.L.

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  30. Olá, amiga! Finalmente cheguei do hospital... mas estou de gatas. Quase nem consigo por-me de pé e custa-me até estar sentada.
    É exactamente assim, conforme muito bem percebeste. Só estou à espera de que saia a legislação por escrito - segundo me informaram - e, depois, terei de ir a uma junta médica. Mas a minha coluna também não está nada bem... esta médica de Oeiras, pediu-me vários rx de coluna, nova osteodensitometria e um electromiograma pois está convencida de estes espasmos nas mãos - fico com elas inimaginavelmente deformadas e, mais tarde, voltam ao lugar - são provocados por pequenas (?) lesões vertebrais... ainda não marquei estes exames... vou ver se o consigo fazer amanhã, por telefone, em casa de uma senhora amiga.
    Que maçada teres tido essa recaída! Tenta uma consulta médica por aí, se não te sentires melhor dentro de poucos dias. Eu sei bem que é uma dor tremenda!
    Tenho tudo numa confusão por causa destes dias que estive sem acesso... e estou tão cansada...
    Um enorme abraço e que melhores muito, muito rapidamente!

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  31. “Ao som da orquestra”

    Orquestra continua a tocar
    No centro da bela Europa
    Sente-se a água a entrar
    Mas a orquestra toca e toca

    Em redor já ninguém escuta
    Ouvem-se gritos d’aflição
    Há ratazanas em disputa
    Por um lugar de afirmação

    Quem pôde o colete vestiu
    E um lugar no bote ocupou
    Quem não morreu afogado

    Viveu um pouco mais e sentiu
    Que a gula não compensou
    Pois acabou por morrer gelado.

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  32. “Sultanato”

    Venham mais cinco
    Resgates que eu pago já
    Trabalharei com afinco
    Não se preocupe o marajá

    Não se preocupe o sultão
    Nem as suas concubinas
    Pagarei até ao ínfimo tostão
    Para ele possuir as meninas

    Para o palácio conservar
    Alimentar os puro-sangue
    Terão a nossa compreensão

    Pequeno esforço dum milhão
    Não é coisa muito grande
    Para o sultanato preservar.

    Prof Eta

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  33. Preservá-los... em conserva!
    Para que nos servem vivos
    Se, por eles, comermos erva
    E nos sentirmos cativos?

    E os marajás de Ocidente
    - que tantos por cá existem... -
    Vivendo à custa da gente
    E dos pobres que conquistem,

    Que falta nos fazem esses?
    Nos contos de Sheerazade
    São, decerto, ingrediente

    Mas se, em verdade, pudesses
    Dividir-lhes a vaidade
    Pelos mais? Isso é urgente!

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  34. Se embarcar no salva-vidas
    For nossa última escolha,
    Estão as coisas decididas
    E quem gelar não se molha...

    Bem tento fazer humor
    Da metáfora deixada
    Mas nada será pior
    Do que morrer congelada...

    Porém.. morrer sem lutar?
    Sem tentar até ao fim,
    Sem dar o tudo-por-tudo?

    E se alguém puder escapar
    No dorso de um manatim?
    [com tritões já nem me iludo...]


    Abraço grande, Poeta!

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  35. “Virose”

    O ano acaba este ano
    E o mês no fim do mês
    Mundo acaba outra vez
    Até já existe um plano

    Faz-se mais uma cimeira
    Decreta-se a calamidade
    Por manifesta incapacidade
    Doença afecta a terra inteira

    Impõe-se depois o remédio
    Para essa doença debelar
    Incapacidade volta a atacar

    Vírus já não sente o assédio
    Prepara-se para nos minar
    Quantos poderão escapar?

    Prof Eta

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  36. “Mar de esperança”

    Enquanto corre n’areia
    Desabafa com o mar
    Futuro melhor anseia
    Espuma parece escutar

    São pegadas d’esperança
    Que se desenham no areal
    E cedo veio a mudança
    Parecia já tarde afinal

    Alcança quem sabe esperar
    Os tesouros desta vida
    São momentos sem par

    Que não vou poder explicar
    Tens que fazer a corrida
    Para os poderes alcançar.

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  37. É lindo, o mar que descreve
    E a sua praia encantada
    Que a onda, ao bater de leve,
    Deixa de branco enfeitada...

    Mas, pr`a mim, que já mal ando,
    Fica de parte a corrida...
    Apenas me vou esforçando
    Pr`a não perder já a vida,

    Pr`a cuidar dos meus "patudos"
    Cada noite, cada dia,
    Que, afinal, são uns sortudos

    E à vida têm direito
    Tal e qual como eu teria
    Se não fosse este defeito...

    Olá, Poeta! Hoje vim com a minha bicheza à flor da pele, pelos vistos... pelo menos deixei-lhos por cá... amanhã é dia de exames, não sei se consigo vir...
    Abraço grande!

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  38. Estás sempre presente em mim e no meu sentir.

    Te envio as melhoras e desejo o melhor para ti.

    Beijo grande,

    M.Luísa

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  39. “Sociedade call center”

    Na sociedade formatada
    O call center já te atende
    Reclamação foi registada
    Resolução essa depende

    Vamos consultar manuais
    Ligação está impedida
    Já há indícios formais
    Afinal tem direito à vida

    A uma vida em sociedade
    Doze andares acima do chão
    Onde não conhece o vizinho

    No centro da grande cidade
    Call center emite a conclusão
    Tem direito a morrer sozinho.

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  40. “Memorial além troika”

    Austeridade além troika
    É um desígnio nacional
    Torna forte nação heróica
    De seu nome Portugal

    Os oito séculos d’história
    Foram engolidos afinal
    De tal feito não há memória
    Erga-se então um memorial

    Na base e como suporte
    Um povo sempre esquecido
    Apoiado numa justiça forte

    Governo da maior confiança
    Navegadores que temos sido
    Naveguemos na alta finança.

    Prof Eta

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  41. “Ideias sem ideias”

    Vou desistir da realidade
    Já nada me prende aqui
    Não por causa de insanidade
    Mas tanto insano nunca vi

    Serei o único que está mal
    Todos parecem em sintonia
    Sintonia demasiado racional
    Que gera grande harmonia

    Harmonia de ideias feitas
    Ideias novas sem contestação
    Ideias vazias em gestação

    Ideias sem ideias são perfeitas
    E mais se trazem apelo do cifrão
    A esta realidade eu digo não.

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  42. Navegar n`alta finança?
    Prefiro acabar com ela!
    Conduz-nos, sempre, à matança
    Ou, então, traz-nos à trela!

    Com sentido ou sem sentido
    Nós cá vamos poetando...
    Mesmo mal compreendidos,
    Escrevendo, vamos lutando!

    Nem só jogos financeiros
    Fazem de nós cidadãos
    Dignos de ser portugueses

    Nem nós queremos ser parceiros
    Desses encómios malsãos
    Que são próprios dos burgueses...

    Até já, Poeta!

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  43. “Bloody mary”

    A resposta adequada
    Não são greves nem nada
    Não virá de madrugada
    Nem chegará disfarçada

    Ela já está em marcha
    P’ra fogueira não é acha
    Nem sequer é vai ou racha
    Não há manif nem faixa

    Ela está a ser plantada
    Em breve vai desabrochar
    Queira ou não o poder

    Não será uma intifada
    Nem será para assustar
    Como será não vou dizer.

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  44. Não digo porque não sei
    Como é, exactamente,
    Mas virá - não duvidei! -
    Do que é agora semente!

    Virá pois trará consigo
    Tal força e tão forte abraço
    Que não terá inimigo
    Que lhe provoque cansaço...

    Virá destas nossas mãos,
    Destes nossos corações
    Tão unidos quanto irmãos

    É força que ninguém pára
    Sobre os povos das nações
    Como a luz da manhã clara...


    Abraço grande, Poeta! Obrigada! :)

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  45. “O exemplo”

    O exemplo donde parte
    Vem de cima ou de baixo
    Em cima está quem reparte
    E onde fica logo o tacho

    E é aqui que está a arte
    De repartir que é antiga
    Quem o faz não se farte
    Encha dez vezes a barriga

    Em baixo é dar o exemplo
    De trabalhar para comer
    E o tacho chega rapado

    Eu cá de baixo contemplo
    Mas não chego a perceber
    Lá de cima o exemplo dado.

    Prof Eta

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  46. “Darwinismo social”

    Há muita gente sem nada
    Existe uma solução apenas
    Há muito que foi estudada
    Aplicada outrora em Atenas

    Dos fracos não rez’a história
    Tão pouco dos pobrezinhos
    Temos que apagar da memória
    Todos estes desgraçadinhos

    Na teoria da evolução social
    Os mais fortes vão sobreviver
    Isso permite-nos apurar a raça

    Darwin era um tipo bestial
    E pessoalmente estou em crer
    Que do abismo não se passa.

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  47. É preciso desgastá-los
    Ou eles hão-de desgastar-nos
    - como se faz aos cavalos -
    Até nós os entalarmos...

    Fraco é quem trai um irmão
    Ou quem o deita a perder!
    Haverá melhor razão
    Pr`a desdenhar o "poder"?

    De fortes não têm nada,
    - a não ser os bolsos cheios
    e as barriguinhas rotundas -

    E a força da própria enxada
    Os encherá de receios
    E de olheiras muito fundas!

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  48. Mas de que exemplo falamos?
    Desse exemplo "de fachada"
    Que não queremos e a que vamos
    Renegar dentro de um nada?

    Ou de um exemplo de amor,
    No partilhar consciente,
    Por gentes de toda a cor,
    De uma liberdade urgente?

    Sei bem que fácil não é
    - nunca o foi, nunca o será... -
    Mas há que mudar de vez,

    Derrubar, com toda a fé,
    Um poder que nada dá
    A quem nasceu português!

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  49. “Espelho da morte”

    Vida é o espelho da morte
    Podes olhar-te e reflectir
    Terás em vida melhor sorte
    Ou tê-la-ás depois de partir?

    Se em primeira classe viajas
    Levas ouro, prata e brilhantes
    Não importa como em vida ajas
    Terás um lugar entre gigantes

    Se foste um pobre coitado
    Da classe dos indigentes
    Atrás do prejuízo deves correr

    Se foste um remediado
    Então as coisas são diferentes
    Tens de pagar antes de morrer.

    Prof Eta

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  50. “Austeridades carnavalescas”

    Acabou-se o carnaval
    E eu até não acho mal
    Não havia pão afinal
    E tu como um mortal

    Austeridade espiritual
    Praticavas como ritual
    Agora é comportamental
    E a seguir conventual

    Abrigas-te no convento
    Sob a forma de oração
    Dás voz ao teu lamento

    O espírito não quer pão
    Fica barato o sustento
    Mais caro é ser folião.

    Prof Eta

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  51. “Evolução animal”

    Ser humano é tal e qual
    Seu antepassado animal
    A diferença fundamental
    É o dinheiro, fez-lhe mal

    Já não trata seus filhos
    Com o carinho fraternal
    Paga p’ra não ter sarilhos
    Uma educação excepcional

    E desta forma educados
    Seus filhos criam os netos
    Perpetuam os predicados

    Com que brindarão bisnetos
    Por mim tenho afilhados
    Só o animal esbanja afectos.

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  52. caramba, Poeta! Já tinha feito o meu sonetilho quando a net se foi abaixo... acho que não consigo repeti-lo... vai outro...

    Mais bem ou mais mal vestidos,
    Com mascarilha ou sem ela
    O que eles são é uns bandidos
    De florzinha na lapela...

    Não gosto do Carnaval
    E, bem sabe, é-me indiferente
    Mas pr`ó povo, no geral,
    Vai doer a muita gente...

    O que mais hão-de tirar
    A quem quase nada tem
    E só quer descontrair?

    A luz do sol? respirar?
    Querem-lhe a vida também?
    [isso vem logo a seguir...]


    Nem sequer é parecido com o outro, mas não deu para tentar reproduzir porque o outro "saiu" muito depressa...
    Até já e um abraço grande! :)

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  53. Quando eu era pequenina,
    Antes de saber escrever,
    Aprendi que ser menina
    Me obrigaria a crescer...

    Aprendi coisas das plantas,
    Das pedras, dos animais
    Coisas belas, coisas tantas
    Qu`inda quis aprender mais!

    Uma coisa eu aprendi
    Que jamais irei esquecer,
    Que nunca será esquecida;

    Desse muito que então li,
    Dei prioridade ao SER
    E o resto... é tudo VIDA!


    É enquanto animal-humano que lhe respondo, Poeta. A vida é uma maravilha - mesmo quando é cruel - e eu sempre a respeitarei sob todas as suas formas. Vi os meus gatos serem pais adoptivos de crias que lhes não pertenciam biologicamente. Tive um cão que, sem ter sido ensinado, sabia tomar conta de crianças, evitar que fossem para a estrada, impedir que se aproximassem de estranhos, prever um tremor de terra e avisar de todas as formas possíveis - e impossíveis! - que eu deveria levar para a rua as duas filhas que tinha na altura... e, antes de rematar, ainda lhe explico como; foi buscar duas bonecas, uma de cada uma, trouxe-as à cozinha, pousou-as e puxou-me pelas calças até à cama de cada uma delas e, logo a seguir, levou-me à porta da rua que se pôs a arranhar com toda a força... perante tudo isto, Poeta, como poderia eu ser tão estúpida, tão ignorante que pudesse pensar que lhes era superior?
    Para acabar esta estória - bem verdadeira, por incrível que pareça - quando eu, finalmente percebi que deveria pegar-lhes e levá-las para a rua, deu-se o tremor de terra. Não foi muito grande, mas o Ferrugem também não era nenhum sismógrafo... foi suficientemente forte para abrir uma rachadela no tecto da cozinha... mas ele tinha feito o que podia para me avisar do perigo. Nunca me cansarei de afirmar que os animais com que lido me têm dado importantíssimas lições de vida.

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  54. Lindo o que nos contas.

    E eu gosto mais deles do que das pessoas!

    Abraço,

    M.Luísa

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  55. “A capoeira”

    A vida não vão levá-la
    Porque nos querem a ganir
    À galinha vão depená-la
    Nós ficamos p’ra contribuir

    Pois que sem contribuição
    Vão andar todos ao estalo
    De pintos não passarão
    Esses que cantam de galo

    Não há rei na capoeira
    Do nosso descontentamento
    Poucos ficam com o tesouro

    P’ra muitos sobra a poeira
    São os que por um momento
    Põem os ovos de ouro.

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  56. “Fraco rei”

    Para que se construiu Abril
    Estamos como em Janeiro
    Só que agora há vozes mil
    No covil quem é primeiro?

    Instrução aos mais capazes
    Lugar aos mais competentes
    O trabalho com capatazes
    E o poleiro p’rós dementes

    Gritam-nos “vem aí o lobo”
    E que a todos vai deglutir
    Mas o pior está p’ra vir

    Não será o estado novo
    Será o que nos querem servir
    Já não tem força este povo.

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  57. Eu convivo muito melhor com eles, mas também gosto muito das pessoas... mesmo daquelas que não sabem que também são animais ... mas tenho mais atritos com pessoas do que com eles, sabes?
    Como vai a tua saúde, amiga? Agora tenho andado eu muito aflita da sacro-lombar.
    Beijo grande!

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  58. Não tem força e, no entanto,
    Há-de acordar, há-de erguer
    A voz num imenso canto
    Ao invés de se render!

    Povo do meu Portugal,
    Não deixes que assim te humilhem!
    Desprezar-te é querer-te mal
    E deixar que outros te pilhem!

    Venham lobos! Antes lobos
    Que bandidos disfarçados
    De democratas-honestos,

    Transformando homens em bobos,
    Cidadãos em deportados,
    O país, inteiro, em restos!


    Olá, Poeta! :) Estou com aquele problema de estar aqui e no Rádio Horizontes... um pedacinho aqui e outro lá...
    Abraço grande!

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