Bertold Brecht/ Ausburgo, 1898 - Berlim 1956
Escritor e dramaturco alemão. Adere ao expressionismo e muito cedo foge da Alemanha (1933),
após escrever a Lenda do Soldado Morto, obra pacifista que provoca a perseguição pelos nazis.
Em 1947 adere ao comunismo militante. Vai para os Estados Unidos da América!
A partir de 1949 e até à sua morte, dirige na Alemanha Oriental uma companhia teatral chamado do
Berliner Ensemble.
A produção teatral é abundante.
No Teatro expõe a sua conceção cénica e estabelece uma distância entre o espetador e os personagens.
Destaca-se na poesia, de forte conteúdo Social.
Poema:
Eles na primeira noite
Se aproximam e
Colhem uma flor
do nosso jardim
e não dizemos nada.
Até que um dia
o mais frágil deles, entra
em nossa casa, rouba-nos a alma
E conhecendo nosso medo arranca-nos
A voz da garganta
E porque não dissemos nada
já não podemos dizer nada
Como eu não me importei com ninguém
Ninguém se importa comigo.
Bertold Brecht
Maria Luísa Adães
“A couve roxa”
ResponderEliminarEscrevo sobre coisas banais
Alfaces e outros vegetais
Papoilas nunca são demais
Pó branco e efeitos especiais
Não para os comuns mortais
Escrevo para mentes amorais
Desprovidas de valores sociais
Formas de vida infinitesimais
Que povoam os nossos murais
Com a necessária informação
Satisfazendo qualquer trouxa
Abastecendo os factos normais
Acessíveis à nossa compreensão
Eu escrevo sobre a couve roxa.
“Desinformação”
ResponderEliminarTu pensas que sabes que sei
Mas eu próprio não sei nada
Zangado também não estarei
Com a sociedade plastificada
Muito mais agradado ficaria
Numa sociedade mais aberta
Sincera e solidária, todavia
Por agora temos esta da treta
Os murais são ditos em geral
Representam toda a intoxicação
Do audiovisual feito à medida
Que te apresenta o facto banal
É censura esta desinformação
E esconde a dimensão da vida.
Poeta
ResponderEliminarDesta vez superas o simbolismo, a metáfora,
o abstrato...superas tudo e no mesmo tempo, transportas tudo e o teu satirico vem ao cimo,
como merece.
Muito bom! Um abraço,
Mª. Luísa
Poeta
ResponderEliminarNessa "Desinformação"
Tu informas e falas
dos murais feitos à medida
numa sociedade que se não importa
nem com eles, muito menos com os outros.
Seria bom maior sinceridade e amor
"É urgente o amor
É urgente um barco no mar.
É urgente destruir certas palavras
ódio, solidão, e crueldade
alguns lamentos
muitas espadas.
É urgente inventar alegria
multiplicar os beijos, as searas
é urgente descobrir rosas e rios
e manhâs claras.
Cai o silêncio nos ombros e a luz
impura até doer.
É urgente o amor
é urgente permanecer.
Eugénio de Andrade
Na desinformação,
Tu escondes a dimensão da vida.
Mas talvez assim, sejas entendido,
doutra forma não!...
Bravo amiga esta ligação de Brecht e o
ResponderEliminarhorrível massacre na Noruega.
Bastante destaque deste a esta monstruosidade desumana e atroz!
Bendita sejas!
Lucinda
"E isto nos mostra que o drama dos outros
ResponderEliminarTambém pode ser o nosso drama!...
Correta essa afirmação e Brecht anteviu, de
certa forma, o que poderia acontecer ao futuro do mundo...embora a parte Oriental do muro - também não fosse futuro!
Mas o poeta sente à sua maneira!
Anthos
Gostei muito da ideia e da verdade inserida na ideia. A saúdo!
ResponderEliminarCaminhante
Trazer Bertold Brecht e esse poema lindo e o
ResponderEliminarjuntar ao hediondo massacre - admirável!
Como uma antecipação do futuro e dos acontecimentos sem nexo, onde a crueldade é
cada vez maior.
Gostei muito, amiga,
MC
Tentei, como tudo quanto escrevo . Tento!
ResponderEliminarNem sempre sou ouvida, mas tento, enquanto
possível.
Agradeço,
Mª. Luísa
Também a parte Oriental do muro me faz confusão.
ResponderEliminarMas ele tinha o mundo dele e talvez encontrasse nesse local a paz. Era poeta e
dramaturco e sentia de forma diferente.
Talvez nunca tivesse reparado, no absurdo!
Talvez...
Mª. Luísa
Há muito não o encontrava! Obrigada,
ResponderEliminarMª. Luísa
Talvez o poeta pressentisse para onde caminhava o mundo.
ResponderEliminarAcredito que sim!
Um abraço,
Mª. Luísa
decir,
ResponderEliminarqué podemos decir,
que podemos hacer,
el mundo parece que no gira con normalidad,
todo tiene su tumba,
la existéncia, también !
dónde está el principio del fin ??
que difícil !
querida amiga, felicidades por este premio tan lindo, y también por el aumento de tus seguidores,
un beso fuerte, muy fuerte, para ti
Longe dos blogs, mas com saudade, volto. Nunca esqueço os amigos, embora não esteja muito presente.
ResponderEliminarComo estás amiga?
Tudo a caminhar bem?
Votos para que sim e recebe um beijão desta tua amiga desaparecida, mas não esquecida. bjjjjjjjjjjjjjjjjjjjjj
ups saiu como Isa, mas é TiBéu hehehehehehe
ResponderEliminar
ResponderEliminarmas cá pra nós
a mãe do Rui necessita provas
de que o Rui Pedro
morreu há muito tempo...eu acredito
e até sei que é atroz...mas infelizmente assim
beijinhos e boas melhoras...
felizmente que já resolvi o problema do AutoCad
“Lança-chamas”
ResponderEliminarTodos os gritos são nossos gritos
Mas é mais fácil não o reconhecer
Enquanto são os outros os aflitos
E quando formos nós a perecer?
Não haverá ninguém pr’a acudir
No momento dessa nossa aflição
Porque já ninguém estará a ouvir
Que nos restará como solução?
Enquanto tempo ainda nos resta
Demonstremos a nossa indignação
Enchamos bem os peitos de ar
Vamos mostrar a quem não presta
Como é um mundo em combustão
Com o lança-chamas vamos gritar.
Sim, sem dúvida Brecht está muitíssimo actual! Mais; diria que ele esteve actual mesmo antes de ter escrito o poema, desde os primórdios da humanidade!
ResponderEliminarExiste em nós uma força criativa latente que, volta e meia, emerge, se consolida e consegue coisas espantosas... mas o contrário também é verdadeiro. Também somos possuidores de uma tremenda força destrutiva...
Um abraço grande, amiga e obrigada por me teres indicado este caminho até Brecht. Não ando muito brilhante de entendimento nestes últimos dias...
Também conheço Isa e conheço Tibéu...
ResponderEliminarOlá Tibéu
Gostei de te encontrar. Um bom verão, feliz dia e obrigada,
Mª. Luísa
Olá
ResponderEliminarLonge muito longe, mas voltas sempre...
Estou bem e tudo a caminhar e gostei de te encontrar.
Desaparecida, mas não esquecida...muito bom!
Beijo grande e volta sempre,
Mª. Luísa
Rosamari
ResponderEliminarInterrogas bem...onde está o Princípio e o Fim
e não sei responder.
Fica comigo aqui
e não te vás embora,
Fica...
Obrigada por seres minha amiga. Um beijo,
Maria Luísa
Mas independente de ter morrido, ele primeiro desapareceu - é isso?
ResponderEliminarDepois, o viram num vídeo na Net...será verdade? E daí, ela se convenceu que ele está vivo.
Mas se morreu, o mataram, certo? Mas como se garante que o mataram? Conheces assim tão bem o assunto? Conta-me...eu não conheço!
Mas que é um sofrimento horrível e inexplicável - isso é! Que Deus nos ajude e aos
nossos netos.
Um abraço,
Mª. Luísa
Poeta
ResponderEliminarQuando formos nós a perecer
talvez ninguém nos ouça.
"E porque não dissemos nada
já não podemos dizer nada..."
Então temos de dizer alguma coisa
não podemos ficar calados
como no tempo de Bertold Brecht.
Para que a história não se repita
e quem grita?
ouves alguém gritar?
Eu não ouço,
mas eu sou surda
não ouço mesmo!
E tu ouves?
Me conta!
Um beijo,
Mª. Luísa
ResponderEliminarna net não era ele
e há mais algumas pessoas parecidas
pra mim acredito mais que terá sido morto
e enterrado nalgum lado da periferia
onde habitava...
vejo o sofrimento da mãe
às ezes na televisão...
feliz manhã pra ti
jocas
Mª. João
ResponderEliminarO poema dele diz tudo quanto pode acontecer
a quem passa pelas coisas "e gostando ou não, nada diz". Opta por se calar, é mais fácil!
Mais tarde,
como não se importou com ninguém
ninguem se importa com ele...
Está isolado. abandonado
e a culpa é dele...
Temos duas forças ou três?
A positiva
a negativa
a indiferente ao mal dos outros.
Brecht anteviu o futuro!
Só não entendo
a escolha Oriental, para viver
numa cidade separada por um muro,
onde tanta gente foi assassinada.
Havia futuro
naquele muro
Havia futuro?
Isso ele não interrogou,
aceitou e escreveu sua obra grandiosa
até Final.
Mas a um poeta e dramaturco, não
há perguntas a fazer...mas qualquer coisa se
passou e com a loucura ou embriaguês da
obra - ele esqueceu um grande pormenor que
para ele nunca existiu...
Que importância tinha um muro que aprisionava outros ideais e a própria liberdade?
Isso ele não viu!...Vivia de outros ideais, outra
cultura...a sua própria cultura e foi feliz!
Mas se preocupou com a humanidade e escreveu acerca disso.
Apenas me confunde a cidade dividida, cortada, aferrolhada num muro, como se o
mundo existisse, dentro desse mundo.
Mas para ele bastou
e foi a única confusão
que me deixou!...
Um abraço e agradeço,
Maria luísa
Não está visível, nesta tua transcrição, esse muro que tanto te preocupou. Pode subentender-se, claro, quando se lê "Eles, na primeira noite/ se aproximam e colhem uma flor do nosso jardim"... gostaria de conhecer melhor a obra de Brecht, lê-la. Só li pequeninas coisas aqui e ali. Mas é um "abanãoa" aos que vivem na indiferença... e são muitos, sem dúvida. A história da literatura está cheia desses casos. Os grandes escritores sempre tiveram esse condão de permanecer actuais ao longo das gerações, exactamente porque focam as grandes forças e fraquezas humanas. Essas forças e fraquezas, ora se atenuam ao longo da História, ora se exacerbam, mas estão semprelá. São parte da nossa humana condição.
ResponderEliminarAbraço e obrigada.
jocas
ResponderEliminarTalvez tenhas razão.
Muitos crimes, abusos sexuais e outros, se dão com pessoas de familia, gente conhecida, vizinhos e nem sempre são raptos!
Mas a dor na mãe prevalece e é um pavor viver assim, uma vida inteira!
Isso na net todos se parecem!
Obrigada,
Mª. Luísa
M. João
ResponderEliminarNão é no poema, esse é Universal!
É onde digo :
"A partir de 1949 e "até à sua morte", dirige na
"Alemanha Oriental" uma companhia Teatral."
Até à sua morte, viveu na zona Oriental de
Berlim e o resto se depreende...
Viveu de 1949 a 1956 num País separado por
um muro com holofotes, arame farpado e
guaritas aéreas com guardas atentos.
Muitos morreram ao fugir para o outro lado!
Isso me confunde numa pessoa voltada para
os problemas sociais.
E os problemas Sociais, não têm fronteiras,
nem politicas., nem muros.
E aquele Homem Maior , não sentiu...me parece...
Mª. Luísa
desculpa. Já nem sei o que te diga... acho que isto do Kico está a ter mais efeito do que eu pensava... é um assunto demasiado complexo para eu tentar abordá-lo num momento destes... um assunto sobre o qual tenho reflectido muito e, só às vezes, me parece ver"uma luzinha ao fundo do túnel"... às vezes penso que a Alemanha Oriental tinha sobre ela todo o esmagador poder de um mundo capitalista e foi por isso que tudo acabou por dar tão tristes resultados... mas havemos de voltar a este assunto. Agora estou mesmo burrinha de todo e nota-se bem!
ResponderEliminarAté já!
O momento é muito mau!
ResponderEliminarNão penses mais na minha confusão. Eu quando me sentir melhor (estou a antibiótico)
dou uma volta para saber. No entanto, eu também digo que ele se tornou militante do
partido comunista.
Aqui está a resposta à ida para a parte Oriental. A outra já traduz sentimentos opostos aos dele - os meus sentimentos e não
há resposta!
Já ajudaste bastante. Leva o cãozinho ao
médico e não o mediques com coisas tuas.
As melhoras,
Mª. Luísa
Eu já estou muito experiente nisto. Estou a dar-lhe exactamente o que o veterinário lhe daria... excepto antibiótico, claro, porque só iria agravar o problema gastro-intestinal. Está difícil mas acredito que ele ainda consegue aguentar mais esta... é um animalzinho muito feliz e muito "agarrado" a mim. É uma verdadeira paixão que ele tem... está sempre junto aos meus pés... às vezes até tropeço nele... até já!
ResponderEliminar“Alucinação”
ResponderEliminarNão há respostas ao retardador
Na actual sociedade chiclete
Mastiga até perder o sabor
A seguir deita fora na retrete
Esta é uma sociedade sem dor
Moda Primavera/Verão promete
Estação com muito esplendor
Depois deita fora, não faças frete
É uma sociedade a todo o vapor
Em que dás um passo em frente
Mesmo estando à beira do abismo
Lá em baixo sente tudo ao redor
E se sentires um cheiro diferente
Não esqueças, puxa o autoclismo.
Vive com essa dedicação o muito ou o pouco tempo que resta. amor igual a esse não encontras mais!...
ResponderEliminarE a saudade, nunca mais vai passar.
As melhoras e um beijo para o Kico.
Mª. Luísa
Poeta
ResponderEliminaresse teu poema de "Alucinação" reflete com rigor, a Sociedade em que vivemos.
É uma sociedade
que não aceita a dor,
o clamor da miséria,
mas aceita a mentira
a cada dia.
Anda a vapor (tu o dizes, é real)
E continua em frente
e cai no abismo
pensando ser diferente.
Mas diferente não é,
Só se for para o lado pior,
...assim é!
Um abraço e obrigada por escrever e entender
Maria Luísa
A saudade fica sempre, embora aprendamos a viver bem com ela... mas ele ainda por cá está! Está malzito porque geme muito, sobretudo durante o sono, mas está! Até já e obrigada!
ResponderEliminarEscrevi assim porque estou triste!
ResponderEliminarO envolvi na minha tristeza e não o devia ter feito.
Somos todos tão diferentes...
Ele está vivo, então não se perde a esperança.
Pede-lhe desculpa por mim e dá-lhe um beijo por mim.
As melhoras
Mª. Luísa
olá
ResponderEliminartou de férias
15 dias yéééééééeé´´éééé´´eéééééé´´
belo fim de semana
“Mimos ao poder”
ResponderEliminarCultura não é ministério
E nem nunca poderia ser
Cultura é um assunto sério
Não entra em jogos de poder
Ministério é o da agricultura
Aí sim já podemos concordar
Que para uma boa legislatura
Muitos nabos há que plantar
Se a cultura chegasse ao cimo
Seria outra a forma de governar
Agricultura seria despromovida
Pr’a ministro teríamos um mimo
Um dia havemos de lá chegar
Já os nabos far-se-iam à vida.
“Condenados”
ResponderEliminarNão ouvimos ninguém gritar
Não vemos ninguém respeitar
Não ouvimos ninguém cantar
Não vemos ninguém dançar
Não sentimos ninguém a abraçar
Não sentimos perfume de ninguém
Não sentimos ninguém a beijar
Mortos ou vivos, estaremos bem?
Condenar à morte não é opção
Não actuamos em Seu nome
Mas teremos sido condenados?
Condenar à vida também não
Os que deixamos morrer à fome
Não poderiam ter sido ajudados?
está descansada que eu dou! Eu dou-lhes imensos beijinhos e abraços! Vou ter de ir levá-lo á rua agora... está perto da porta e isso significa que quer fazer xixi... bjo!
ResponderEliminarPoeta
ResponderEliminarNão ouvimos
não vemos
não sentimos
não dizemos
Estamos mortos
antes de termos sido vivos...
"E porque não dissemos nada "
e porque não ouvimos nada
e porque não sentimos nada
"já não podemos dizer nada"
"Como eu não me importei com ninguém
ninguém se importou comigo"
E tantos morrem à fome
e tantos morrem à sede
somos nós que os condenamos
e eles podiam ter sido ajudados...
Por nós,
que não nos importamos com ninguém
e agora gritamos por ajuda
Mas já ninguém se importa
já ninguém nos ouve
já não somos nada
Nem mortos
nem vivos!
Lindos seus versos de súplica
que ninguém sente
a quem ninguem responde.
De quem é a culpa?
Maria Luísa
A cultura é necessária,
ResponderEliminarmas só ela não vence a vida,
mas ajuda a viver.
E a cultura nos leva
a governar
a trabalhar
a compreender
a amar.
Ela não entra em jogos de poder,
mas ajuda a compreender
ajuda a vencer.
E sem ela
que vamos fazer?
O país está minado
de armadilhas...
Mª. Luísa
Então de férias e que vais fazer?
ResponderEliminarBem, em férias se descansa.
Eu estou a entrar em férias e só venho ao pc para responder a quem me escreve. Mas férias a sério, só no
princípio de Dezembro, no Brasil.
Boas férias,
Mª. Luísa
Folgo em saber!
ResponderEliminarBeijos,
Mª. Luísa
“Tendinite”
ResponderEliminarA culpa é da ganância
A culpa é do dinheiro
Fazem gerar uma ânsia
De ser sempre primeiro
Primeiro nas aparências
Primeiro no grande luxo
As minhas condolências
Ética morreu que diacho
Para o homem que futuro
É deixar de ser humano
A culpa é de Wall Street
Vejo aqui um mau auguro
A não ser que para o ano
Bolsa tenha uma tendinite.
Poeta
ResponderEliminarAí vem a resposta!
De quem é a culpa?
A culpa é da vaidade,
do dinheiro mal empregue,
da tendência a ser o primeiro.
O primeiro e o Maior,
não o melhor
mas o maior.
Viver de aparências
apresentar falsas verdades
criar um feudo
um bezerro de ouro
a quem adorar
e esperar...
A culpa é do homem,
da maldade
da inferioridade
e do calcar e matar
sem piedade.
Não se sabe julgar,
apenas se sabe jogar
no pano verde
as falsas aparências.
E o próximo ano,
será pior
muito pior!
abraço, poeta
Mª. Luísa
será mais para repousar
ResponderEliminarsono em dia
e ver se vou às Berlengas...
mas ainda não está certo, gostava de filmar
a passarada..
belo fim de semana Luisa
Jabei
ResponderEliminarTenho uma fobia grave às aves, desde que nasci...
Não quero ir às Berlengas! Há tempos fizeram
uma carnificina por lá, com as aves.
Mas se gostas vai, é evidente e "faz o favor de ser feliz"
Boas férias,
Mª. Luísa
Gostei da aproximação do poema (lindo) de
ResponderEliminarBertold Brecht, de uma atualidade para além
de tudo e que resume no seu dizer , as razões
da decadência moral do mundo.
"Como eu não me importei com ninguém
Ninguém se importa comigo"...
Melhor do que isto? Nunca!...
Ceci
Ceci
ResponderEliminarMuito tempo passou, mas apesar de tudo,
agradeço.
Maria Luísa
“Vida eterna”
ResponderEliminarPr’á vida não ter fronteiras
Deves procurar a tua sorte
Pois mesmo que não queiras
Tens a fronteira da morte
Faz da vida a vida eterna
Qu’a morte não te encontrará
Se viveres de forma tão plena
Sopro de vida te embalará
Em morte embalado pl’a vida
Nunca mais serás esquecido
Linha de fronteira desvanecerá
Pois com a alma assim repartida
Mesmo depois de teres morrido
Sempre alguém te lembrará.
Poeta
ResponderEliminarA vida tem fronteiras
e a morte é uma fronteira?
Se continuar a viver
duma outra forma
depois da morte...
Assim não há fronteiras
nem na vida
nem na morte!
A lembrança depois da morte
será para alguns,
para mim não será...
Bom dia, amigo,
Maria Luísa
“Campanades a morts”
ResponderEliminarCompanheiros foram mortos
Pelas forças de um ditador
Ainda hoje estamos absortos
É prolongada e grande a dor
Companheiros estão entre nós
Pela sua enorme coragem
Ainda hoje lembramos sua voz
A eles prestamos homenagem
Assassinos de razões, de vidas
Não podeis mais descansar
Nosso eterno grito de guerra
Nunca sarará estas feridas
Sempre haveremos de cantar
Este simbólico hino na terra.
Inspirado em La Revolta Permanent (Lluís Llach)
http://www.youtube.com/watch?v=nIWkzlBycQM&feature=player_embedded#at=22
Para que não se torne a morrer sem razão,
ResponderEliminarabolimos as guerras...
Não adiro ao grito da guerra.
Prestemos homenagem
aos que não podem fugir da guerra.
Castiguemos os psicopatas
que matam.
E cantemos à Paz!
Adiro à Paz
nunca à guerra!
Maria Luísa
ResponderEliminarbigada pela visita
e muito se quadra por aqui...
uma bela tarde
De nada amigo! E é verdade, muito se quadra
ResponderEliminarpor este blogs. Um encanto!
Vou saír, mas regresso. Felicidades por aí!
Mª. Luísa
“O meu iate”
ResponderEliminarO meu iate é maior que o teu
Eu sou o maior da minha rua
Ninguém é mais rico do que eu
Minha mansão é maior qu’a tua
Sou dono da dívida soberana
Desse teu pequeníssimo país
Sim é uma situação desumana
Mas dançam como sempre quis
Eu sou o dono da orquestra
Sou o dono do piano de cauda
Maestro faz parte da equipagem
Tudo isto constitui a trave mestra
Dum sistema que não me defrauda
Onde todos me prestam vassalagem.
Prof Eta
“Campanades a morts II”
ResponderEliminarQue nos venham assassinar
Apenas podemos tombar
Nós não podemos ripostar
Pela paz devemos alinhar
Obrigado por nos tirarem
Três vidas na flor da idade
Não reclamamos se levarem
Mais vinte da nossa cidade
Uma linha ténue existe
Eu não sei bem onde fica
Divide essa paz da guerra
Estado de guerra persiste
Tudo o que vês personifica
O mal que vence na terra.
“Caminhada II”
ResponderEliminarEscuta bem o silvo do vento
Tu passas e os calhaus ficam
Que nunca te falte o alento
Mesmo se não te apaparicam
Apesar das muitas picadelas
E só com metade do cérebro
Mesmo comendo as mistelas
Pensa, eu não torço, só quebro
Este é o caminho dos duros
Que sonham, partem e vencem
Moldados pl’as agruras cansam
Há poucos assim, só os mais puros
São aqueles que nunca estremecem
E só no final sentam e descansam.
Bravo Poeta!
ResponderEliminarExtraordinária a forma como descreve em verso, de poucas linhas, a situação deste país
e a dependência em que se encontra.
Belo trabalho poético!
Um abraço e obrigada
Mª. Luísa
Gostei dessa caminhada
ResponderEliminarda força empregada
do ânimo e do amor
ao esforço de luta.
"Ha´poucos"...
São os puros de convicção
de alento e de certeza
e se chegam ao fim, descansam.
Se não chegam...deixam a esperança...
Obrigada poeta, pela sensibilidade, ao jogo
de luta!
Maria luísa
O mal vive na terra!
ResponderEliminarNão tenho dúvidas...
O Bem tem dificuldade em entrar,
pois o mal tem a força maior...
"O Bem fica na linha ténue
que divide a paz e a guerra"
Com dificuldade tenta passar a linha,
mas não pode,
O mal predomina!
Agradeço,
Mª Luísa
Voltamos neste quase final, a Bertold Brecht!
ResponderEliminarEles se aproximam lentamente
Levam uma flor
Não dizemos nada!
Depois levam a nossa alma
E não dizemos nada!
Mais tarde roubam-nos a voz
E não dizemos nada!
Já nada podemos dizer
falta-nos a voz
e o medo
tomou conta de nós...
"E tudo porque nunca dissemos nada
Já não podemos dizer mais nada"
E como por medo, esquecemos os outros,
Ninguém nos olha na caminhada
E morremos sós
Sem termos feito nada!
Aqui está um destino
Feito por nós!...
Escrito e inspirado em Bertold Brecht
Maria Luísa Adães
“Trio ode mira”
ResponderEliminarNão é uma ode à corrupção
Nem uma ode à insensatez
Mas neste trio há um ladrão
E logo atrás há outros dez
Um aponta pr’a bem longe
E nunca mais ninguém o viu
O outro não parece um monge
O terceiro muita coisa previu
Todos roubam minha gente
Nesta pobre pátria desdita
E ninguém se parece fartar
Seremos nós gente pensante
Ou um bando de gente aflita
Pobre do povo que fica a mirar.
Poeta
ResponderEliminarAgradeço os poemas subtis, lucidos e verdadeiros que encheu de beleza este pequeno blogs.
Este poema, se possível, me passava para o novo post :
D. Fernando II e Glória (1843)
E aí vamos continuar. Há todas as alusões à
Fragata que foi também, a última Nau Portuguesa.
Pode fazer esse favor?
Um abraço,
Mª. Luísa
p.s. vamos decorar com poemas, a última Nau
Mª. Luísa