terça-feira, 26 de julho de 2011

Bertold Brecht

                                                                           






                                                                                       

                    







   Bertold Brecht/ Ausburgo, 1898 - Berlim 1956


Escritor e dramaturco alemão. Adere ao expressionismo e muito cedo foge da Alemanha (1933),
após escrever a Lenda do Soldado Morto, obra pacifista que provoca a perseguição pelos nazis.

Em 1947 adere ao comunismo militante. Vai para os Estados Unidos da América!

A partir de 1949 e até à sua morte, dirige na Alemanha Oriental uma companhia teatral chamado do

Berliner Ensemble.

A produção teatral é abundante.

No Teatro expõe a sua conceção cénica e estabelece uma distância entre o espetador e os personagens.

Destaca-se na poesia, de forte conteúdo Social.


Poema:

Eles na primeira noite
Se aproximam e

Colhem uma flor
do nosso jardim
e não dizemos nada.

Até que um dia 
o mais frágil deles, entra
em nossa casa, rouba-nos a alma

E conhecendo nosso medo arranca-nos
A voz da garganta

E porque não dissemos nada
já não podemos dizer nada

Como eu não me importei com ninguém
Ninguém se importa comigo.


Bertold Brecht


Maria Luísa Adães

65 comentários:

  1. “A couve roxa”

    Escrevo sobre coisas banais
    Alfaces e outros vegetais
    Papoilas nunca são demais
    Pó branco e efeitos especiais

    Não para os comuns mortais
    Escrevo para mentes amorais
    Desprovidas de valores sociais
    Formas de vida infinitesimais

    Que povoam os nossos murais
    Com a necessária informação
    Satisfazendo qualquer trouxa

    Abastecendo os factos normais
    Acessíveis à nossa compreensão
    Eu escrevo sobre a couve roxa.

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  2. “Desinformação”

    Tu pensas que sabes que sei
    Mas eu próprio não sei nada
    Zangado também não estarei
    Com a sociedade plastificada

    Muito mais agradado ficaria
    Numa sociedade mais aberta
    Sincera e solidária, todavia
    Por agora temos esta da treta

    Os murais são ditos em geral
    Representam toda a intoxicação
    Do audiovisual feito à medida

    Que te apresenta o facto banal
    É censura esta desinformação
    E esconde a dimensão da vida.

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  3. Poeta

    Desta vez superas o simbolismo, a metáfora,
    o abstrato...superas tudo e no mesmo tempo, transportas tudo e o teu satirico vem ao cimo,
    como merece.

    Muito bom! Um abraço,

    Mª. Luísa

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  4. Poeta

    Nessa "Desinformação"

    Tu informas e falas

    dos murais feitos à medida

    numa sociedade que se não importa
    nem com eles, muito menos com os outros.

    Seria bom maior sinceridade e amor

    "É urgente o amor
    É urgente um barco no mar.

    É urgente destruir certas palavras
    ódio, solidão, e crueldade
    alguns lamentos
    muitas espadas.

    É urgente inventar alegria
    multiplicar os beijos, as searas
    é urgente descobrir rosas e rios
    e manhâs claras.

    Cai o silêncio nos ombros e a luz
    impura até doer.

    É urgente o amor
    é urgente permanecer.

    Eugénio de Andrade

    Na desinformação,
    Tu escondes a dimensão da vida.

    Mas talvez assim, sejas entendido,
    doutra forma não!...

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  5. Bravo amiga esta ligação de Brecht e o
    horrível massacre na Noruega.

    Bastante destaque deste a esta monstruosidade desumana e atroz!

    Bendita sejas!

    Lucinda

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  6. "E isto nos mostra que o drama dos outros

    Também pode ser o nosso drama!...

    Correta essa afirmação e Brecht anteviu, de
    certa forma, o que poderia acontecer ao futuro do mundo...embora a parte Oriental do muro - também não fosse futuro!

    Mas o poeta sente à sua maneira!

    Anthos

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  7. Gostei muito da ideia e da verdade inserida na ideia. A saúdo!

    Caminhante

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  8. Trazer Bertold Brecht e esse poema lindo e o
    juntar ao hediondo massacre - admirável!

    Como uma antecipação do futuro e dos acontecimentos sem nexo, onde a crueldade é
    cada vez maior.

    Gostei muito, amiga,

    MC

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  9. Tentei, como tudo quanto escrevo . Tento!

    Nem sempre sou ouvida, mas tento, enquanto
    possível.

    Agradeço,

    Mª. Luísa

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  10. Também a parte Oriental do muro me faz confusão.

    Mas ele tinha o mundo dele e talvez encontrasse nesse local a paz. Era poeta e
    dramaturco e sentia de forma diferente.
    Talvez nunca tivesse reparado, no absurdo!
    Talvez...

    Mª. Luísa

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  11. Há muito não o encontrava! Obrigada,

    Mª. Luísa

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  12. Talvez o poeta pressentisse para onde caminhava o mundo.
    Acredito que sim!

    Um abraço,

    Mª. Luísa

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  13. decir,
    qué podemos decir,
    que podemos hacer,
    el mundo parece que no gira con normalidad,
    todo tiene su tumba,
    la existéncia, también !
    dónde está el principio del fin ??
    que difícil !

    querida amiga, felicidades por este premio tan lindo, y también por el aumento de tus seguidores,
    un beso fuerte, muy fuerte, para ti

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  14. Longe dos blogs, mas com saudade, volto. Nunca esqueço os amigos, embora não esteja muito presente.
    Como estás amiga?
    Tudo a caminhar bem?
    Votos para que sim e recebe um beijão desta tua amiga desaparecida, mas não esquecida. bjjjjjjjjjjjjjjjjjjjjj

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  15. ups saiu como Isa, mas é TiBéu hehehehehehe

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  16. mas cá pra nós

    a mãe do Rui necessita provas
    de que o Rui Pedro
    morreu há muito tempo...eu acredito

    e até sei que é atroz...mas infelizmente assim

    beijinhos e boas melhoras...

    felizmente que já resolvi o problema do AutoCad

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  17. “Lança-chamas”

    Todos os gritos são nossos gritos
    Mas é mais fácil não o reconhecer
    Enquanto são os outros os aflitos
    E quando formos nós a perecer?

    Não haverá ninguém pr’a acudir
    No momento dessa nossa aflição
    Porque já ninguém estará a ouvir
    Que nos restará como solução?

    Enquanto tempo ainda nos resta
    Demonstremos a nossa indignação
    Enchamos bem os peitos de ar

    Vamos mostrar a quem não presta
    Como é um mundo em combustão
    Com o lança-chamas vamos gritar.

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  18. Sim, sem dúvida Brecht está muitíssimo actual! Mais; diria que ele esteve actual mesmo antes de ter escrito o poema, desde os primórdios da humanidade!
    Existe em nós uma força criativa latente que, volta e meia, emerge, se consolida e consegue coisas espantosas... mas o contrário também é verdadeiro. Também somos possuidores de uma tremenda força destrutiva...
    Um abraço grande, amiga e obrigada por me teres indicado este caminho até Brecht. Não ando muito brilhante de entendimento nestes últimos dias...

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  19. Também conheço Isa e conheço Tibéu...

    Olá Tibéu

    Gostei de te encontrar. Um bom verão, feliz dia e obrigada,

    Mª. Luísa

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  20. Olá

    Longe muito longe, mas voltas sempre...

    Estou bem e tudo a caminhar e gostei de te encontrar.

    Desaparecida, mas não esquecida...muito bom!

    Beijo grande e volta sempre,

    Mª. Luísa

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  21. Rosamari

    Interrogas bem...onde está o Princípio e o Fim
    e não sei responder.

    Fica comigo aqui
    e não te vás embora,
    Fica...

    Obrigada por seres minha amiga. Um beijo,

    Maria Luísa

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  22. Mas independente de ter morrido, ele primeiro desapareceu - é isso?
    Depois, o viram num vídeo na Net...será verdade? E daí, ela se convenceu que ele está vivo.
    Mas se morreu, o mataram, certo? Mas como se garante que o mataram? Conheces assim tão bem o assunto? Conta-me...eu não conheço!
    Mas que é um sofrimento horrível e inexplicável - isso é! Que Deus nos ajude e aos
    nossos netos.

    Um abraço,

    Mª. Luísa

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  23. Poeta

    Quando formos nós a perecer
    talvez ninguém nos ouça.

    "E porque não dissemos nada
    já não podemos dizer nada..."

    Então temos de dizer alguma coisa
    não podemos ficar calados
    como no tempo de Bertold Brecht.

    Para que a história não se repita
    e quem grita?
    ouves alguém gritar?
    Eu não ouço,
    mas eu sou surda
    não ouço mesmo!

    E tu ouves?
    Me conta!

    Um beijo,

    Mª. Luísa

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  24. na net não era ele
    e há mais algumas pessoas parecidas

    pra mim acredito mais que terá sido morto
    e enterrado nalgum lado da periferia
    onde habitava...

    vejo o sofrimento da mãe
    às ezes na televisão...

    feliz manhã pra ti
    jocas

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  25. Mª. João

    O poema dele diz tudo quanto pode acontecer
    a quem passa pelas coisas "e gostando ou não, nada diz". Opta por se calar, é mais fácil!

    Mais tarde,
    como não se importou com ninguém
    ninguem se importa com ele...

    Está isolado. abandonado
    e a culpa é dele...

    Temos duas forças ou três?

    A positiva
    a negativa
    a indiferente ao mal dos outros.

    Brecht anteviu o futuro!

    Só não entendo
    a escolha Oriental, para viver
    numa cidade separada por um muro,
    onde tanta gente foi assassinada.

    Havia futuro
    naquele muro
    Havia futuro?

    Isso ele não interrogou,
    aceitou e escreveu sua obra grandiosa
    até Final.

    Mas a um poeta e dramaturco, não
    há perguntas a fazer...mas qualquer coisa se
    passou e com a loucura ou embriaguês da
    obra - ele esqueceu um grande pormenor que
    para ele nunca existiu...
    Que importância tinha um muro que aprisionava outros ideais e a própria liberdade?

    Isso ele não viu!...Vivia de outros ideais, outra
    cultura...a sua própria cultura e foi feliz!
    Mas se preocupou com a humanidade e escreveu acerca disso.
    Apenas me confunde a cidade dividida, cortada, aferrolhada num muro, como se o
    mundo existisse, dentro desse mundo.

    Mas para ele bastou
    e foi a única confusão
    que me deixou!...

    Um abraço e agradeço,

    Maria luísa

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  26. Não está visível, nesta tua transcrição, esse muro que tanto te preocupou. Pode subentender-se, claro, quando se lê "Eles, na primeira noite/ se aproximam e colhem uma flor do nosso jardim"... gostaria de conhecer melhor a obra de Brecht, lê-la. Só li pequeninas coisas aqui e ali. Mas é um "abanãoa" aos que vivem na indiferença... e são muitos, sem dúvida. A história da literatura está cheia desses casos. Os grandes escritores sempre tiveram esse condão de permanecer actuais ao longo das gerações, exactamente porque focam as grandes forças e fraquezas humanas. Essas forças e fraquezas, ora se atenuam ao longo da História, ora se exacerbam, mas estão semprelá. São parte da nossa humana condição.
    Abraço e obrigada.

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  27. jocas

    Talvez tenhas razão.
    Muitos crimes, abusos sexuais e outros, se dão com pessoas de familia, gente conhecida, vizinhos e nem sempre são raptos!

    Mas a dor na mãe prevalece e é um pavor viver assim, uma vida inteira!

    Isso na net todos se parecem!

    Obrigada,

    Mª. Luísa

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  28. M. João

    Não é no poema, esse é Universal!

    É onde digo :

    "A partir de 1949 e "até à sua morte", dirige na

    "Alemanha Oriental" uma companhia Teatral."

    Até à sua morte, viveu na zona Oriental de
    Berlim e o resto se depreende...

    Viveu de 1949 a 1956 num País separado por
    um muro com holofotes, arame farpado e
    guaritas aéreas com guardas atentos.

    Muitos morreram ao fugir para o outro lado!

    Isso me confunde numa pessoa voltada para
    os problemas sociais.
    E os problemas Sociais, não têm fronteiras,
    nem politicas., nem muros.
    E aquele Homem Maior , não sentiu...me parece...

    Mª. Luísa



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  29. desculpa. Já nem sei o que te diga... acho que isto do Kico está a ter mais efeito do que eu pensava... é um assunto demasiado complexo para eu tentar abordá-lo num momento destes... um assunto sobre o qual tenho reflectido muito e, só às vezes, me parece ver"uma luzinha ao fundo do túnel"... às vezes penso que a Alemanha Oriental tinha sobre ela todo o esmagador poder de um mundo capitalista e foi por isso que tudo acabou por dar tão tristes resultados... mas havemos de voltar a este assunto. Agora estou mesmo burrinha de todo e nota-se bem!
    Até já!

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  30. O momento é muito mau!

    Não penses mais na minha confusão. Eu quando me sentir melhor (estou a antibiótico)
    dou uma volta para saber. No entanto, eu também digo que ele se tornou militante do
    partido comunista.
    Aqui está a resposta à ida para a parte Oriental. A outra já traduz sentimentos opostos aos dele - os meus sentimentos e não
    há resposta!

    Já ajudaste bastante. Leva o cãozinho ao
    médico e não o mediques com coisas tuas.

    As melhoras,

    Mª. Luísa

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  31. Eu já estou muito experiente nisto. Estou a dar-lhe exactamente o que o veterinário lhe daria... excepto antibiótico, claro, porque só iria agravar o problema gastro-intestinal. Está difícil mas acredito que ele ainda consegue aguentar mais esta... é um animalzinho muito feliz e muito "agarrado" a mim. É uma verdadeira paixão que ele tem... está sempre junto aos meus pés... às vezes até tropeço nele... até já!

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  32. “Alucinação”

    Não há respostas ao retardador
    Na actual sociedade chiclete
    Mastiga até perder o sabor
    A seguir deita fora na retrete

    Esta é uma sociedade sem dor
    Moda Primavera/Verão promete
    Estação com muito esplendor
    Depois deita fora, não faças frete

    É uma sociedade a todo o vapor
    Em que dás um passo em frente
    Mesmo estando à beira do abismo

    Lá em baixo sente tudo ao redor
    E se sentires um cheiro diferente
    Não esqueças, puxa o autoclismo.

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  33. Vive com essa dedicação o muito ou o pouco tempo que resta. amor igual a esse não encontras mais!...

    E a saudade, nunca mais vai passar.

    As melhoras e um beijo para o Kico.

    Mª. Luísa

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  34. Poeta

    esse teu poema de "Alucinação" reflete com rigor, a Sociedade em que vivemos.

    É uma sociedade
    que não aceita a dor,
    o clamor da miséria,
    mas aceita a mentira
    a cada dia.

    Anda a vapor (tu o dizes, é real)
    E continua em frente
    e cai no abismo
    pensando ser diferente.

    Mas diferente não é,
    Só se for para o lado pior,
    ...assim é!

    Um abraço e obrigada por escrever e entender

    Maria Luísa

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  35. A saudade fica sempre, embora aprendamos a viver bem com ela... mas ele ainda por cá está! Está malzito porque geme muito, sobretudo durante o sono, mas está! Até já e obrigada!

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  36. Escrevi assim porque estou triste!
    O envolvi na minha tristeza e não o devia ter feito.
    Somos todos tão diferentes...

    Ele está vivo, então não se perde a esperança.
    Pede-lhe desculpa por mim e dá-lhe um beijo por mim.

    As melhoras

    Mª. Luísa

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  37. olá
    tou de férias
    15 dias yéééééééeé´´éééé´´eéééééé´´

    belo fim de semana

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  38. “Mimos ao poder”

    Cultura não é ministério
    E nem nunca poderia ser
    Cultura é um assunto sério
    Não entra em jogos de poder

    Ministério é o da agricultura
    Aí sim já podemos concordar
    Que para uma boa legislatura
    Muitos nabos há que plantar

    Se a cultura chegasse ao cimo
    Seria outra a forma de governar
    Agricultura seria despromovida

    Pr’a ministro teríamos um mimo
    Um dia havemos de lá chegar
    Já os nabos far-se-iam à vida.

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  39. “Condenados”

    Não ouvimos ninguém gritar
    Não vemos ninguém respeitar
    Não ouvimos ninguém cantar
    Não vemos ninguém dançar

    Não sentimos ninguém a abraçar
    Não sentimos perfume de ninguém
    Não sentimos ninguém a beijar
    Mortos ou vivos, estaremos bem?

    Condenar à morte não é opção
    Não actuamos em Seu nome
    Mas teremos sido condenados?

    Condenar à vida também não
    Os que deixamos morrer à fome
    Não poderiam ter sido ajudados?

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  40. está descansada que eu dou! Eu dou-lhes imensos beijinhos e abraços! Vou ter de ir levá-lo á rua agora... está perto da porta e isso significa que quer fazer xixi... bjo!

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  41. Poeta

    Não ouvimos
    não vemos
    não sentimos
    não dizemos

    Estamos mortos
    antes de termos sido vivos...

    "E porque não dissemos nada "
    e porque não ouvimos nada
    e porque não sentimos nada
    "já não podemos dizer nada"

    "Como eu não me importei com ninguém
    ninguém se importou comigo"

    E tantos morrem à fome
    e tantos morrem à sede
    somos nós que os condenamos
    e eles podiam ter sido ajudados...

    Por nós,
    que não nos importamos com ninguém
    e agora gritamos por ajuda

    Mas já ninguém se importa
    já ninguém nos ouve
    já não somos nada

    Nem mortos
    nem vivos!

    Lindos seus versos de súplica
    que ninguém sente
    a quem ninguem responde.

    De quem é a culpa?

    Maria Luísa

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  42. A cultura é necessária,
    mas só ela não vence a vida,
    mas ajuda a viver.

    E a cultura nos leva
    a governar
    a trabalhar
    a compreender
    a amar.

    Ela não entra em jogos de poder,
    mas ajuda a compreender
    ajuda a vencer.

    E sem ela
    que vamos fazer?

    O país está minado
    de armadilhas...

    Mª. Luísa

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  43. Então de férias e que vais fazer?

    Bem, em férias se descansa.
    Eu estou a entrar em férias e só venho ao pc para responder a quem me escreve. Mas férias a sério, só no
    princípio de Dezembro, no Brasil.

    Boas férias,

    Mª. Luísa

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  44. “Tendinite”

    A culpa é da ganância
    A culpa é do dinheiro
    Fazem gerar uma ânsia
    De ser sempre primeiro

    Primeiro nas aparências
    Primeiro no grande luxo
    As minhas condolências
    Ética morreu que diacho

    Para o homem que futuro
    É deixar de ser humano
    A culpa é de Wall Street

    Vejo aqui um mau auguro
    A não ser que para o ano
    Bolsa tenha uma tendinite.

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  45. Poeta

    Aí vem a resposta!

    De quem é a culpa?

    A culpa é da vaidade,
    do dinheiro mal empregue,
    da tendência a ser o primeiro.

    O primeiro e o Maior,
    não o melhor
    mas o maior.

    Viver de aparências
    apresentar falsas verdades
    criar um feudo
    um bezerro de ouro
    a quem adorar
    e esperar...

    A culpa é do homem,
    da maldade
    da inferioridade
    e do calcar e matar
    sem piedade.

    Não se sabe julgar,
    apenas se sabe jogar
    no pano verde
    as falsas aparências.

    E o próximo ano,
    será pior
    muito pior!

    abraço, poeta

    Mª. Luísa

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  46. será mais para repousar
    sono em dia
    e ver se vou às Berlengas...
    mas ainda não está certo, gostava de filmar
    a passarada..

    belo fim de semana Luisa

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  47. Jabei

    Tenho uma fobia grave às aves, desde que nasci...

    Não quero ir às Berlengas! Há tempos fizeram
    uma carnificina por lá, com as aves.

    Mas se gostas vai, é evidente e "faz o favor de ser feliz"

    Boas férias,

    Mª. Luísa

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  48. Gostei da aproximação do poema (lindo) de
    Bertold Brecht, de uma atualidade para além
    de tudo e que resume no seu dizer , as razões
    da decadência moral do mundo.

    "Como eu não me importei com ninguém
    Ninguém se importa comigo"...

    Melhor do que isto? Nunca!...

    Ceci

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  49. Ceci

    Muito tempo passou, mas apesar de tudo,
    agradeço.

    Maria Luísa

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  50. “Vida eterna”

    Pr’á vida não ter fronteiras
    Deves procurar a tua sorte
    Pois mesmo que não queiras
    Tens a fronteira da morte

    Faz da vida a vida eterna
    Qu’a morte não te encontrará
    Se viveres de forma tão plena
    Sopro de vida te embalará

    Em morte embalado pl’a vida
    Nunca mais serás esquecido
    Linha de fronteira desvanecerá

    Pois com a alma assim repartida
    Mesmo depois de teres morrido
    Sempre alguém te lembrará.

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  51. Poeta

    A vida tem fronteiras
    e a morte é uma fronteira?

    Se continuar a viver
    duma outra forma
    depois da morte...
    Assim não há fronteiras
    nem na vida
    nem na morte!

    A lembrança depois da morte
    será para alguns,
    para mim não será...

    Bom dia, amigo,

    Maria Luísa

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  52. “Campanades a morts”

    Companheiros foram mortos
    Pelas forças de um ditador
    Ainda hoje estamos absortos
    É prolongada e grande a dor

    Companheiros estão entre nós
    Pela sua enorme coragem
    Ainda hoje lembramos sua voz
    A eles prestamos homenagem

    Assassinos de razões, de vidas
    Não podeis mais descansar
    Nosso eterno grito de guerra

    Nunca sarará estas feridas
    Sempre haveremos de cantar
    Este simbólico hino na terra.

    Inspirado em La Revolta Permanent (Lluís Llach)
    http://www.youtube.com/watch?v=nIWkzlBycQM&feature=player_embedded#at=22

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  53. Para que não se torne a morrer sem razão,

    abolimos as guerras...
    Não adiro ao grito da guerra.

    Prestemos homenagem
    aos que não podem fugir da guerra.

    Castiguemos os psicopatas
    que matam.

    E cantemos à Paz!

    Adiro à Paz
    nunca à guerra!

    Maria Luísa

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  54. bigada pela visita
    e muito se quadra por aqui...

    uma bela tarde

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  55. De nada amigo! E é verdade, muito se quadra
    por este blogs. Um encanto!

    Vou saír, mas regresso. Felicidades por aí!

    Mª. Luísa

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  56. “O meu iate”

    O meu iate é maior que o teu
    Eu sou o maior da minha rua
    Ninguém é mais rico do que eu
    Minha mansão é maior qu’a tua

    Sou dono da dívida soberana
    Desse teu pequeníssimo país
    Sim é uma situação desumana
    Mas dançam como sempre quis

    Eu sou o dono da orquestra
    Sou o dono do piano de cauda
    Maestro faz parte da equipagem

    Tudo isto constitui a trave mestra
    Dum sistema que não me defrauda
    Onde todos me prestam vassalagem.

    Prof Eta

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  57. “Campanades a morts II”

    Que nos venham assassinar
    Apenas podemos tombar
    Nós não podemos ripostar
    Pela paz devemos alinhar

    Obrigado por nos tirarem
    Três vidas na flor da idade
    Não reclamamos se levarem
    Mais vinte da nossa cidade

    Uma linha ténue existe
    Eu não sei bem onde fica
    Divide essa paz da guerra

    Estado de guerra persiste
    Tudo o que vês personifica
    O mal que vence na terra.

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  58. “Caminhada II”

    Escuta bem o silvo do vento
    Tu passas e os calhaus ficam
    Que nunca te falte o alento
    Mesmo se não te apaparicam

    Apesar das muitas picadelas
    E só com metade do cérebro
    Mesmo comendo as mistelas
    Pensa, eu não torço, só quebro

    Este é o caminho dos duros
    Que sonham, partem e vencem
    Moldados pl’as agruras cansam

    Há poucos assim, só os mais puros
    São aqueles que nunca estremecem
    E só no final sentam e descansam.

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  59. Bravo Poeta!

    Extraordinária a forma como descreve em verso, de poucas linhas, a situação deste país
    e a dependência em que se encontra.

    Belo trabalho poético!

    Um abraço e obrigada

    Mª. Luísa

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  60. Gostei dessa caminhada
    da força empregada
    do ânimo e do amor
    ao esforço de luta.

    "Ha´poucos"...

    São os puros de convicção
    de alento e de certeza
    e se chegam ao fim, descansam.

    Se não chegam...deixam a esperança...

    Obrigada poeta, pela sensibilidade, ao jogo
    de luta!

    Maria luísa

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  61. O mal vive na terra!

    Não tenho dúvidas...

    O Bem tem dificuldade em entrar,
    pois o mal tem a força maior...

    "O Bem fica na linha ténue
    que divide a paz e a guerra"

    Com dificuldade tenta passar a linha,
    mas não pode,
    O mal predomina!

    Agradeço,

    Mª Luísa

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  62. Voltamos neste quase final, a Bertold Brecht!

    Eles se aproximam lentamente

    Levam uma flor

    Não dizemos nada!

    Depois levam a nossa alma

    E não dizemos nada!

    Mais tarde roubam-nos a voz

    E não dizemos nada!

    Já nada podemos dizer
    falta-nos a voz
    e o medo
    tomou conta de nós...

    "E tudo porque nunca dissemos nada
    Já não podemos dizer mais nada"

    E como por medo, esquecemos os outros,

    Ninguém nos olha na caminhada

    E morremos sós
    Sem termos feito nada!

    Aqui está um destino
    Feito por nós!...

    Escrito e inspirado em Bertold Brecht

    Maria Luísa Adães

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  63. “Trio ode mira”

    Não é uma ode à corrupção
    Nem uma ode à insensatez
    Mas neste trio há um ladrão
    E logo atrás há outros dez

    Um aponta pr’a bem longe
    E nunca mais ninguém o viu
    O outro não parece um monge
    O terceiro muita coisa previu

    Todos roubam minha gente
    Nesta pobre pátria desdita
    E ninguém se parece fartar

    Seremos nós gente pensante
    Ou um bando de gente aflita
    Pobre do povo que fica a mirar.

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  64. Poeta

    Agradeço os poemas subtis, lucidos e verdadeiros que encheu de beleza este pequeno blogs.

    Este poema, se possível, me passava para o novo post :

    D. Fernando II e Glória (1843)

    E aí vamos continuar. Há todas as alusões à
    Fragata que foi também, a última Nau Portuguesa.

    Pode fazer esse favor?

    Um abraço,

    Mª. Luísa

    p.s. vamos decorar com poemas, a última Nau

    Mª. Luísa

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