Silêncio
Calem as vozes!
Deixem o silêncio entrar,
Deixem o sino tocar
...muito ao longe,
deixem-me chorar,
Deixem o lamento clamar,
Deixem aprender a caminhar!
Mas calem as vozes!...
Eu não entendo,
Não sei dizer,
Não sei escrever
o momento real,
do que parte
e não volta...
Calem as vozes!...
Eu quero entender o silêncio
procurar no escuro,
a luz pálida da saída
e encontrar o amor,
a ternura do amor,
o esplendor do abraço
do teu abraço
e não esquecer...
Mas calem as vozes! Por favor...
Alguém me disse,
alguém amigo,
Alguém, cujo encontro comigo,
terminou...contigo!
E esse Alguém disse:
"A Maggie morreu"!
Calem as vozes!...
Deixem a noite formar
figuras desconexas
grupos tétricos
desolados, perdidos,
até que a luz possa chegar...
Procuro escrever
no escuro que se fez
e encontrar,
o teu fato branco
malhado de preto
e sussurar,
quanto me deste,
quanto ajudaste,
quanto me amaste!
Calem as vozes!...
Deixem o silêncio falar,
o instante é único
e último...
Quem mais vai lembrar?
Só as lágrimas do meu pranto
iluminam o lugar!...
A Maggie morreu!
Calem todas as vozes!
Por favor...
Por Ela e por mim!...
Maria Luísa Adães
(Janeiro de 2009/ São Paulo/Brasil
Palavras para que??
ResponderEliminarBeijinhos
Just Moments
ResponderEliminar"Palavras para quê?" - símbolo de um amor
para além de tudo.
É o meu filho que tem a Maggie ao colo; esta
foto está em moldura na casa do Brasil.
Eu tornei a trazê-la ao cimo na Net - neste
momento ao olhar a foto, ao escrever sobre ela, tornei a chorar. Atenua, não passa!
Obrigada,
Mª. Luísa
Esta é a minha Homenagem ao Amor pela
ResponderEliminarminha cadelinha Maggie que viveu comigo, como familia e amiga, durante 16 anos;
morreu em dezembro de 2008 quando me encontrava no Brasil.
Não estava presente para lhe dar um último Adeus, mas para mim, enquanto o meu
coração pulsar, "Ela continua vivendo na Eternidade e junto a mim, se possível, nos versos que lhe ofereço de nome "Silêncio" ".
Magguie, te dou o meu amor e te eternizo, se
possível e com a ajuda de Deus.
Beijos,
Maria Luísa O. Maldonado Adães
ofereço os versos que escrevi com o nome de
"SILÊNCIO"
Poema «Silêncio» ... Pois é, silêncio é geralmente o que à alma de quem fica apetece fazer pela alma de quem parte desta vida, silêncio embebido de choro, interior ou exterior, e de incredulidade.
ResponderEliminarNeste seu comovente poema, de dona sentida e já saudosa de sua querida cadelinha de velhice falecida, o seu insistente pedido de silêncio é respeitável e respeitado, a fim de que seu coração de dona, ou familiar, e que passe o adjectivo familiar, lhe dedique uma homenagem mista de vida e morte, sentindo mais insistentemente e mais profundamente o afecto do animal querido que infelizmente, por ordem natural, partiu desta vida. E pediu também que a noite, além de silêncio, cobrisse também a sua dor de escuridão, os dois lutos, até a luz chegar, para lhe atenuar a infelicidade pela morte do familiar e querido animal.
É uma bem sensível homenagem e um fúnebre hino à sua Maggie, de silêncio, dor sentimental, choro interior e saudade, que durarão o resto da vida.
Os animais, quando os sentimos com todo o afecto, ficam para sempre no nosso coração e ficamos a dever-lhes muito, tantas vezes mais do que eles a nós.
Um amistoso beijo para si.
Mírtilo
Mírtilo
ResponderEliminarMuito me apraz, ter recebido o seu comentário ao poema "Silêncio", dedicado à
minha cadelinha Maggie.
Ainda hoje, passou menos de um ano, eu sinto dor e saudade por tudo quanto ela me deu - mais (como Mírtilo diz, do que eu lhe dei
a Ela) e pretendi dar tanto. Amei-a muito e amo; não mais a vou esquecer! E os recantos da minha casa estão vazios e a presença dela
não mais os vai tapar.
Quando meu filho foi para o Brasil, casou, tem uma filha de 18 meses, a mulher, brasileira, ficou um vazio na minha casa.
Tudo seria diferente... Mas a Maggie ficou e
preencheu tudo, com a sua presença e o seu amor.
E neste momento, em que lhe escrevo, eu
não sei quem sou, nem que me resta e o meu
marido, sente o mesmo, embora seja muito
diferente de mim.
Ele não é poeta, mas sente sem nada dizer...
Eu tenho a faculdade de escrever, a dor e a saudade - mas não sou mais feliz por isso!
Agradeço do coração, do local mais fundo do meu sentir, a sensibilidade e generosidade do
seu Louvor à minha querida Maggie.
Penso que ele tem uma Alma como eu tenho
e está próximo de Deus e um dia, por caridade
do próprio Deus, eu a vou encontrar.
Mas muito tenho de sofrer e caminhar, sem
Ela.
Obrigada,
Maria Luísa